Mundo

Maduro diz que variante brasileira do coronavírus chegou à Venezuela

O presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou em pronunciamento que a variante P.1 circula na Venezuela, como ocorreu em outros países sul-americanos

Vacinação em Caracas, na Venezuela: país tem número ainda baixo de casos de coronavírus (Leonardo Fernandez/Reuters)

Vacinação em Caracas, na Venezuela: país tem número ainda baixo de casos de coronavírus (Leonardo Fernandez/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 3 de março de 2021 às 20h48.

Última atualização em 3 de março de 2021 às 20h58.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse na noite desta quarta-feira, 3, que a variante do coronavírus encontrada no Brasil já circula na Venezuela.

Maduro fez as declarações em transmissão ao vivo, reproduzida nas redes sociais. Segundo o governo venezuelano, a variante circula na capital Caracas e em cidades como Miranda e Bolívar, segundo as informações até agora.

"Essa variante brasileira já está em alguns lugares da Venezuela", disse Maduro na transmissão. "O povo tem de estar bem informado."

A variante, chamada de P.1 pelos cientistas, foi descoberta primeiramente em Manaus e circula em todo o Brasil. A P.1, como outras variantes encontradas no mundo, é mais contagiosa e com maior carga viral do que a cepa tradicional do coronavírus, segundo os primeiros estudos.

Maduro disse que é preciso "cortar essa cadeia de transmissão" contra a variante. No comunicado, o líder venezuelano pediu que a população se proteja e tome medidas de prevenção contra o vírus.

"É uma batalha permanente", disse. "Se você se cuida, cuida do outro. Diga isso em sua casa, em seu trabalho."

Outros países da América do Sul, na Europa e na Ásia já identificaram casos da variante P.1. No Reino Unido, os primeiros casos da cepa brasileira foram detectados neste fim de semana, e o país desencadeou uma busca frenética para encontrar o viajante brasileiro que desembarcou no país recentemente e iniciou a transmissão. O objetivo é descobrir a quais pessoas os infectados podem ter transmitido a variante e evitar que a variante fuja do controle.

A cepa encontrada no Brasil é uma das variantes descobertas no mundo nos últimos meses. Há ainda as cepas descobertas inicialmente no Reino Unido (B.1.1.7) e na África do Sul (501Y.V2).

As três cepas são mais contagiosas, segundo os estudos, o que significa que podem acelerar a cadeia de transmissão, como já vem acontecendo. E no caso das variantes sul-africanas e brasileiras, uma mutação no vírus pode tê-lo tornado mais forte contra anticorpos, o que pode dificultar a ação de vacinas.

A Venezuela tem 139.934 casos de coronavírus confirmados e 1.353 mortes, segundo os números da Johns Hopkins University até esta quarta-feira. Pelos números oficiais, o país tem registrado menos de 10 mortes por dia.

A vacinação no país começou no mês passado com a vacina Sputnik V, do laboratório russo Gamaleya. Os números oficiais de vacinação ainda são pouco divulgados. O país, que tem 25 milhões de habitantes, comprou 10 milhões de doses da Sputnik V e recebeu a primeira remessa há quase um mês.

Nesta semana, a Venezuela começou também a receber doses da vacina da chinesa Sinopharm, que vem sendo usada na China e em países como os Emirados Árabes Unidos.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusNicolás MaduroVenezuela

Mais de Mundo

Quem são os insurgentes da nova batalha na Síria

Confronto durante partida de futebol na Guiné deixa pelo menos 56 mortos

Contra onda de solidão, Seul paga US$ 322 milhões para moradores irem a eventos

Novos bombardeios na Síria deixam 11 mortos, entre eles 5 crianças e 2 mulheres