Agência de notícias
Publicado em 16 de fevereiro de 2025 às 14h20.
O presidente da França, Emmanuel Macron, irá realizar uma reunião entre líderes europeus nesta segunda-feira, a fim de discutir o andamento do conflito na Ucrânia, afirmou o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot. A cúpula ocorre em meio ao início de negociações entre Rússia, liderada por Vladimir Putin, e Estados Unidos, agora sob o comando de Donald Trump, para a paz na região.
A reunião incluirá os líderes da França, Reino Unido, Alemanha, Polônia, Itália, Espanha e Dinamarca, que representarão os países bálticos e escandinavos, informou a agência de notícias Reuters.
Apesar de ter sido organizada no momento das discussões entre Putin e Trump, Barrot disse que este tipo de reunião ocorre de forma regular e que esta cúpula em particular não deve ser "dramatizada demais".
Zelensky defendeu a criação de um exército continental
Os líderes se reunirão um dia depois do fim da Conferência de Segurança de Munique, que termina hoje. No evento, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Europa não pode mais contar com o apoio garantido dos Estados Unidos em matéria de Defesa.
O ucraniano defendeu ainda a criação de um Exército continental, e contou ter rejeitado termos propostos por Trump para que Kiev cedesse acesso a grandes quantidades de recursos naturais ucranianos, sobretudo terras raras, em troca de apoio continuado contra ameaças russas — segundo Zelensky, os americanos não deram as "garantias de segurança" necessárias.
"Os velhos tempos acabaram, quando os EUA apoiavam a Europa apenas porque sempre apoiaram", disse Zelensky, que discursou um dia após o vice-presidente americano, J.D. Vance, fazer exigências aos aliados europeus no mesmo palco.
"Ontem, aqui em Munique, o vice-presidente dos EUA deixou claro: décadas do antigo relacionamento entre a Europa e a América estão terminando. De agora em diante, as coisas serão diferentes, e a Europa precisa se ajustar a isso".
Zelensky também afirmou que a Ucrânia “nunca aceitaria acordos feitos pelas nossas costas sem o nosso envolvimento”. Trump e Putin concordaram em iniciar negociações de paz no início desta semana.
Em reação, líderes europeus de todo o continente saíram em defesa da Ucrânia, afirmando firmemente que nenhuma negociação de paz poderia ocorrer sem o país ou sem o envolvimento da Europa.