Agência de Notícias
Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 10h03.
O Kremlin agradeceu nesta sexta-feira, 13, as declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o perigo de ataques com armas ocidentais de longo alcance, como mísseis ATACMS de fabricação americana, contra alvos em território russo.
"Esta declaração está completamente alinhada com nossa posição. Ou seja, neste caso temos a mesma visão das razões para a escalada", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, em sua coletiva de imprensa diária.
Peskov reagiu assim aos comentários de Trump durante uma entrevista à revista “TIME”, na qual criticou o uso pela Ucrânia de mísseis fornecidos pelos EUA para ataques em território russo.
"É uma loucura o que está acontecendo. É uma loucura. Discordo totalmente do lançamento de mísseis a centenas de quilômetros da Rússia. Por que estamos fazendo isso? Estamos apenas intensificando esta guerra e tornando-a pior", afirmou Trump, escolhido pela revista como “Personalidade do Ano”.
Segundo o presidente eleito, "isso não deveria ter sido permitido", referindo-se à aprovação dada a esses ataques pelo governo de Joe Biden.
Nesse sentido, o Kremlin destacou que Trump "entende" o que está aumentando as tensões em torno do conflito.
Ao mesmo tempo, o porta-voz presidencial russo pediu que as pessoas não sejam precipitadas em suas previsões sobre a política externa de Trump quando ele retornar à Casa Branca.
"O tempo dirá. Vamos esperar até que o presidente eleito tome seu lugar no Salão Oval", ressaltou.
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou na sexta-feira que lançou um ataque massivo contra o sistema energético da Ucrânia em resposta ao lançamento de mísseis americanos de longo alcance ATACMS contra um campo de aviação no sul do país nesta semana.
Este foi o quarto ataque com ATACMS contra o território russo confirmado pelas autoridades russas desde meados de novembro, além dos ataques com mísseis britânicos Storm Shadow.
Kiev lançou esses mísseis pela primeira vez contra alvos em território russo em 19 de novembro, aos quais Moscou respondeu dois dias depois disparando o novo míssil balístico hipersônico Oreshnik contra uma fábrica militar ucraniana.