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Kamala Harris vira Mulher-Maravilha e ícone feminista na Convenção Democrata

Dempalooza reúne várias entidades e ações para apoiar a candidatura da vice-presidente

Estande com foto de Kamala Harris como heroína no Dempalooza, em Chicago (Rafael Balago/Exame)

Estande com foto de Kamala Harris como heroína no Dempalooza, em Chicago (Rafael Balago/Exame)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 21 de agosto de 2024 às 17h57.

Última atualização em 21 de agosto de 2024 às 18h58.

Chicago, Estados Unidos - Uma imagem da vice-presidente Kamala Harris, vestida como Mulher-Maravilha, em tamanho quase real, saúda os frequentadores do Dempalooza, um dos eventos paralelos da Convenção Democrata, em Chicago.

A ideia de vestir Kamala como super-heroína veio do grupo Blue Dots Campaign, criado no Alabama e que busca unir democratas que vivem em estados dominados por republicanos.

"Queremos que as pessoas venham para nosso estande, e pensamos nesta imagem em que ela parece como uma super-mulher. E as pessoas realmente responderam. Ao fim do dia, são as mulheres que vão nos salvar. Queremos as mulheres empoderadas, porque temos muito para lutar", diz Jo Beckhan, coordenadora da Blue Dots Campaign.

Ao lado do banner de Kamala como heroína, havia uma fantasia de super-herói, para quem quisesse vestir e posar de herói ou heroína ao lado da candidata. Um grupo de senhoras parou ali para tirar foto enquanto a reportagem conversava com Beckhan.

O grupo Blue Dots criou adesivos com um círculo azul, a cor dos democratas, para que os membros do partido possam se identificar mais facilmente em estados de maioria republicana. "Quando você é uma minoria, você se sente isolado. Realmente ajuda ver outras pessoas com os mesmos valores. E foi assim que começamos. Evoluímos, mas esta é nossa base", conta Beckhan. O grupo foi criado em 2004, após o presidente republicano George W. Bush ser reeleito.

Beckhan avalia que os direitos reprodutivos devem ser o principal fator a favorecer Kamala na disputa em estados hoje dominados por republicanos. Não se trata apenas do direito ao aborto: alguns estados estão buscando limitar o acesso a métodos contraceptivos e a fertilização in vitro.

"Mais de 70% das mulheres em idade reprodutiva usam métodos para evitar gravidez, e elas poderão perder a capacidade de decidir quando ter uma família. Não posso pensar em nada mais motivador do que isso", avalia.

No Dempalooza, havia também venda de camisetas, bonés e bottons com Kamala Harris, mas em quantidade pequena, na comparação com o número de itens sobre Trump oferecidos na Convenção Republicana, no mês passado. Lá, havia até bíblias endossadas pelo republicano.

Uma das razões para isso é que Kamala se tornou candidata oficial há menos de um mês, enquanto Trump já está na terceira campanha presidencial --ele venceu em 2016 e perdeu em 2020.

Dempalooza

Além das lojinhas, havia uma série de estandes de entidades de defesa de direitos que apoiam a candidatura de Kamala Harris, como as de direitos para imigrantes, de combate às mudanças climáticas e de defesa dos animais.

Os estandes das ONGs ficavam ao lado de lojinhas de produtos variados, como alimentos veganos com alta taxa de proteínas e pulseiras personalizadas com letras, como as usadas por fãs de Taylor Swift. Havia também espaços para oração, uma forma de incluir frequentadores muçulmanos, e oficinas de dança.

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O Dempalooza é realizado no McCormick Place, um centro de convenções no sul de Chicago que recebe eventos e debates da Convenção Democrata, mas que fica a cerca de uma hora de distância do United Center, na zona oeste, o ginásio que recebe os discursos feitos de noite.

O acesso aos locais da convenção foram cercados e há várias barreiras de segurança para entrar e sair. Assim, apenas membros credenciados para a Convenção podem chegar até o Dempalooza e tirar fotos ao lado de Kamala como Mulher-Maravilha.

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