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Kamala deverá seguir contando com o Brasil para pressionar Maduro, diz ex-conselheira de Biden

Katie Tobin diz que país tem papel importante para ajudar a resolver crise na Venezuela

Os presidentes Lula e Nicolás Maduro, durante encontro em 2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os presidentes Lula e Nicolás Maduro, durante encontro em 2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 10h47.

Chicago, Estados Unidos - Um eventual governo de Kamala Harris como presidente dos Estados Unidos deverá manter a estratégia atual de contar com o Brasil para ajudar a resolver a crise na Venezuela. A avaliação é de Katie Tobin, ex-assessora do governo de Joe Biden.

"O trabalho e o papel que o Brasil e a Colômbia têm feito, em coalizão com os Estados Unidos, tem sido parte de realmente colocar pressão no regime de Maduro para aceitar os resultados da eleição de 28 de julho. Ouvi do secretário Blinken, do presidente e da vice-presidente. Há um sentimento forte de que a oposição venceu a eleição, e estamos encorajando Maduro a aceitar os resultados", disse Tobin, durante conversa com jornalistas na Convenção Democrata.

"A região vem lutando com a crise de migração há quase uma década. Países com o Brasil foram muito impactados, e a melhor coisa que poderia ter acontecido foram eleições livres e justas, para virar a página, para que os venezuelanos que estejam fora do país possam voltar, se quiserem, e reconstruir seu país", prosseguiu.

Tobin foi a principal assessora de Biden para questões de imigração e fez parte do Conselho de Segurança Nacional, durante três anos. Hoje, ela é pesquisadora do Carnegie Endowment for International Peace.

"O futuro é incerto agora, por causa do resultado das eleições, mas podemos garantir, tendo trabalhado de forma próxima com a administração nos últimos três anos, que eles vão continuar a trabalhar com os parceiros pela região para pressionar Maduro a fazer a coisa certa", concluiu a ex-assessora.

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Eleições questionadas na Venezuela

Em 28 de julho, houve eleições presidenciais na Venezuela, cujos resultados foram questionados pela oposição e por vários países, incluindo Estados Unidos e Brasil. O órgão eleitoral da Venezuela apontou vitória do presidente Nicolás Maduro, para um terceiro mandato, mas não detalhou os dados da votação.

A oposição diz ter recolhido atas das sessões eleitorais que comprovam sua vitória. Maduro vem sendo pressionado por vários países, inclusive o Brasil, a revelar os dados da votação, mas ele já foi declarado vencedor pelo órgão eleitoral.

O governo Maduro tem perseguido opositores. Membros do regime têm defendido punições para as pessoas que questionam o resultado das eleições.

Maduro está no cargo desde 2012 e assumiu o cargo após a morte de Hugo Chávez, de quem era vice. Com isso, um mesmo grupo político está no poder na Venezuela desde 1999. Nos últimos anos, houve uma forte crise econômica, que levou milhões de venezuelanos a deixarem o país.

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