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Justiça ordena prisão de empresários peruanos sócios da Odebrecht

Os quatro executivos são acusados de subornar o ex-presidente Alejandro Toledo e ficarão sob prisão preventiva

Odebrecht: na investigação estão envolvidas três das maiores construtoras do Peru (Nacho Doce/Reuters)
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AFP

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 08h46.

Quatro executivos e ex-executivos de grandes construtoras peruanas que foram sócias da brasileira Odebrecht ficarão sob prisão preventiva, acusados de subornar o ex-presidente Alejandro Toledo em troca do contrato de uma obra pública, determinou um tribunal.

"Este gabinete considera que existem os ingredientes de perigo de fuga e obstrução à justiça (...) É proporcional aplicar a prisão preventiva de 18 meses aos quatro investigados", disse o juiz Richard Concepción Carhuancho em uma audiência na madrugada de segunda-feira.

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Na investigação estão envolvidas três das maiores construtoras do Peru: Graña e Montero, JJ Camet e ICCGSA, que trabalharam em consórcio com a Odebrecht. A Graña é uma empresa com cotações tanto na Bolsa de Lima como na de Nova York.

Pela Graña e Montero foram presos José Alejandro Graña Miró Quesada e Hernando Alejandro Graña Acuña. Pela JJ Camet o empresário Fernando Gonzalo Camet Piccone e pela ICCGSA, José Fernando Castillo Dibós.

Gonzalo Ferraro Rey, também da Graña e Montero, ficará em prisão domiciliar em uma clínica, em consequência do tratamento contra o câncer.

De acordo com a acusação, as empresas peruanas, ao lado da Odebrecht, dividiram o pagamento de um suborno de 20 milhões de dólares ao ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006) em troca da vitória em uma licitação para a construção dos trechos 2 e 3 da estrada interoceânica, que une liga o Peru ao Brasil.

"Se conclui com alta probabilidade a responsabilidade em conluio dos investigados", afirmou o juiz Richard Concepción. Ele considerou que os empresários prejudicaram a transparência de uma obra de grande envergadura.

As acusações são de conluio e lavagem de dinheiro. A decisão pela prisão preventiva foi motivada pelo possível risco de fuga dos implicados. As empresas peruanas teriam colaborado com 15 dos 20 milhões do suborno, segundo as investigações.

Jorge Barata, ex-representante da Odebrecht no Peru, revelou o pagamento como parte de um acordo de delação premiada, segundo a Promotoria.

O juiz do caso, Hamilton Castro, explicou que as construtoras peruanas disfarçaram o pagamento de suborno através de uma cessão de utilidades a Odebrecht, como reembolso pelodinheiro que a empreiteira brasileira já havia repassado a Toledo.

"Deram uma nuance, uma roupagem de algo lícito, quando na verdad não era", disse o promotor Marcial Paucar, que integra a equipe peruana responsável por investigar o alcance da operação Lava Jato no país.

Os advogados dos empresários investigados apelaram contra a decisão, mas anunciaram que seus clientes seguirão voluntariamente ao tribunal para que sejam levados à prisão.

Odebrecht, peça central nas investigações da operação Lava Jato, admite que pagou no Peru subornos que alcança, 29 milhões de dólares entre 2005 e 2014.

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