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Itália recebe imigrantes resgatados no Mediterrâneo

Um primeiro grupo de 873 imigrantes — incluindo 103 mulheres e 52 crianças — desembarcou no porto de Pozzallo, extremo sul da Sicília

Um primeiro grupo de 873 imigrantes — incluindo 103 mulheres e 52 crianças — desembarcou no porto de Pozzallo, extremo sul da Sicília (AFP)

Um primeiro grupo de 873 imigrantes — incluindo 103 mulheres e 52 crianças — desembarcou no porto de Pozzallo, extremo sul da Sicília (AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2015 às 12h06.

Roma - Cerca de 3.000 dos quase 6.000 imigrantes resgatados no fim de semana no Mediterrâneo desembarcaram nesta segunda-feira na costa italiana, entre eles um bebê que nasceu durante as operações de resgate.

Um primeiro grupo de 873 imigrantes — incluindo 103 mulheres e 52 crianças — desembarcou no porto de Pozzallo, extremo sul da Sicília.

Os imigrantes, essencialmente somalis e eritreus, serão levados, após a identificação, para centros de abrigo espalhados por todo o país, em Roma, Milão ou Nápoles.

Um segundo grupo de 400 pessoas - somalis, eritreus e sírios - chegou em uma embarcação da Guarda Costeira a Messina, norte da Sicília.

Outros dois barcos militares chegaram ao país com mais 1.500 imigrantes.

A Marinha italiana anunciou no Twitter, onde postou uma foto, o nascimento durante as operações de resgate de uma menina cuja mãe foi resgatada pelo navio "Bettica".

Mais de 5.800 pessoas foram resgatadas em várias operações no Mediterrâneo no fim de semana. Dez imigrantes foram encontrados mortos.

Oito cadáveres foram encontrados em duas embarcações e dois homens se afogaram quando se jogaram no mar para tentar alcançar um barco, segundo a Guarda Costeira, que não soube informar as causas dos primeiros mortos.

O total de quase 6.000 resgatados no Mediterrâneo é um dos maiores dos últimos anos, mas não é recorde. Em 12 e 13 de abril, mais de 6.600 imigrantes foram resgatados em dois dias.

Mais aviões e barcos no mar

A Frontex, a agência europeia responsável por vigiar as fronteiras do espaço Schengen, anunciou uma intensificação das operações no Mediterrâneo depois do fim de semana de vários resgates.

"Trabalhamos para aumentar o número de barcos e de aviões. Solicitamos e recebemos a confirmação dos países europeus para enviar unidades", declarou à AFP Ewa Moncure, porta-voz da Frontex, que tem sede em Varsóvia.

Dois navios de guerra alemães estão ancorados em Creta (Grécia) para ajudar no esforço de ajuda aos imigrantes no Mediterrâneo, informou nesta segunda-feira em Berlim um porta-voz do ministério da Defesa.

Todos os dias chegam nas costas italianas centenas de imigrantes, principalmente africanos, mas também muitos sírios, em sua maioria provenientes da Líbia, onde o caos facilita a atividade de traficantes.

Uma dúzia de navios operam atualmente no Mediterrâneo como parte da Operação Triton, liderada pela Frontex, enquanto a agência finaliza os trâmites legais para enviar outras embarcações que, no entanto, "vão precisar de algum tempo para chegar no local", segundo Moncure.

Após uma série de naufrágios que deixaram mais de 1.200 mortos em abril, os líderes europeus se reuniram em 23 de abril decidiram reforçar a presença da UE no Mediterrâneo, triplicando o orçamento da operação europeia Triton, até agora 3 milhões de euros por mês.

Entre janeiro e abril de 2015, o número de chegadas por mar de imigrantes para a Itália foi de cerca de 25.000, como em 2014, mas o número de mortos e desaparecidos se multiplicou por 20, passando de 96 a 1.780, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, visitou em 27 de abril em um navio militar italiano perto da Sicília e falou de "uma das piores crise humanitárias desde a Segunda Guerra Mundial".

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