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Itália realiza enterro de vítimas de terremoto

Centenas de pessoas se abrigaram sob uma tenda ou debaixo de guarda-chuvas na cerimônia para 28 vítimas


	Amatrice: centenas de pessoas se abrigaram sob uma tenda ou debaixo de guarda-chuvas na cerimônia para 28 vítimas
 (Stefano Rellandini / Reuters)

Amatrice: centenas de pessoas se abrigaram sob uma tenda ou debaixo de guarda-chuvas na cerimônia para 28 vítimas (Stefano Rellandini / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2016 às 16h42.

Amatrice - A Itália realizou um funeral de Estado sob uma chuva torrencial nesta terça-feira para algumas das vítimas de um terremoto que arrasou comunidades montanhosas na semana passada, matando pelo menos 292 pessoas.

Centenas de pessoas se abrigaram sob uma tenda ou debaixo de guarda-chuvas na cerimônia para 28 vítimas, incluindo duas crianças, nos arredores da cidade de Amatrice.

Uma efígie do Cristo crucificado pendia de um altar improvisado. Atrás dela jazia um edifício desmoronado, um de dezenas destruídos pelo tremor de 24 de agosto na localidade. A cena tinha como pano de fundo montanhas cobertas de árvores. Funcionários trabalharam a noite inteira para preparar o local dos enterros, que foi transferido de última hora. Moradores furiosos haviam alertado que boicotariam o evento quando descobriram que as autoridades planejavam realizá-lo na cidade de Rieti, a mais de 60 quilômetros de distância.

Os corpos haviam sido guardados em Rieti, e as autoridades disseram que seria mais fácil organizar um funeral em massa ali do que na devastada Amatrice, mas o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, ordenou uma mudança de planos diante da revolta local. Ele compareceu à cerimônia lotada.

"O terremoto não mata; o que mata é o trabalho dos homens", disse o bispo Domenico Pompili durante sua homilia, referindo-se às técnicas de construção inadequadas que podem ter tido culpa pelos desmoronamentos fatais de prédios durante o tremor.

"Desertar estes lugares seria matá-los uma segunda vez", acrescentou o religioso. Após o funeral, Renzi disse que a cidade será reconstruída "pedaço a pedaço".

A irmã Marjana Lleshi, uma freira albanesa que sobreviveu ao desastre e foi fotografada sentada nas ruas de Amatrice usando um véu ensanguentado, também falou na cerimônia.

No centro da cidade, que no ano passado foi eleita uma das mais belas da Itália, equipes continuavam a procurar até 10 corpos que se acredita ainda estarem sob montes de destroços deixados pelo terremoto de magnitude 6,2.

Dos 292 mortos confirmados, 231 morreram em Amatrice. No total, 21 crianças perderam a vida. Há alguns estrangeiros entre as vítimas fatais, entre eles 11 romenos e três britânicos.

    (Reportagem adicional de Antonella Cinelli e Matteo Berlenga)

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