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Israel tem final de semana violento, com dois ataques a tiros em Jerusalém

Os ataques marcam uma escalada da violência no conflito entre israelenses e palestinos

Forças de segurança isolam área de ataque executado por adolescente palestino no bairro de Silwan, em Jerusalém Oriental (Ronaldo Schemidt/AFP)

Forças de segurança isolam área de ataque executado por adolescente palestino no bairro de Silwan, em Jerusalém Oriental (Ronaldo Schemidt/AFP)

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AFP

Publicado em 28 de janeiro de 2023 às 13h32.

Um palestino de 13 anos abriu fogo e feriu dois homens neste sábado (28) em Jerusalém Oriental, um dia após as mortes de sete pessoas em um tiroteio executado por outro palestino diante de uma sinagoga na mesma localidade, um dos piores ataques em Israel nos últimos anos.

Os ataques marcam uma escalada da violência no conflito entre israelenses e palestinos, apesar dos apelos por calma.

O incidente deste sábado aconteceu no bairro palestino de Silwan, fora do muro que demarca a Cidade Antiga, em Jerusalém Oriental, uma zona anexada por Israel.

O serviço de emergência Magen David Adom (MDA, equivalente israelense da Cruz Vermelha) informou que as vítimas são pai e filho, de 47 e 23 anos, que foram atingidos por tiros "na parte superior do corpo".

O agressor foi "ferido e neutralizado" pelas forças de segurança e identificado como um "residente de 13 anos de Jerusalém Oriental", informou a polícia.

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Algumas horas antes, a polícia anunciou 42 detenções relacionadas com o ataque de sexta-feira contra uma sinagoga, no qual um palestino de 21 anos abriu fogo contra as pessoas reunidas na saída do templo durante o shabat.

O massacre aconteceu no Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

O ataque - condenado pela ONU, Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Turquia e países árabes como Jordânia e Emirados Árabes Unidos - aconteceu poucas horas depois de um bombardeio israelense contra a Faixa de Gaza, em resposta aos lançamentos de foguetes a partir do território palestino.

Várias pessoas gritaram "morte aos árabes" durante a visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, à sinagoga atacada na sexta-feira à noite.

Alguns palestinos celebraram o ataque na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Dezenas de detidos

O autor do ataque contra a sinagoga foi morto pela polícia após uma rápida perseguição.

Não há indícios de envolvimento anterior do atirador em atividades militantes ou de que seria membro de um grupo armado palestino estabelecido.

"A polícia deteve 42 suspeitos para interrogatório, incluindo alguns membros da família do terrorista", anunciou a força de segurança.

"A polícia examinará com cuidado a ligação entre os suspeitos detidos e o terrorista que executou o ataque, assim como seu conhecimento da ação ou envolvimento", acrescenta um comunicado.

Em outra nota, a polícia afirma que após o ataque entrou em estado de "alerta máximo".

Israel anexou a área de Jerusalém Oriental depois da Guerra dos Seis Dias em 1967. Os palestinos consideram este território a capital do Estado que aspiram estabelecer.

O chefe de polícia de Israel, Kobi Shabtai, classificou o massacre na sinagoga como "um dos piores ataques" dos últimos anos.

Escalada da violência

Na quinta-feira, nove palestinos morreram em uma operação israelense no campo de refugiados de Jenin, norte da Cisjordânia.

A incursão, que Israel descreveu como uma operação "antiterrorista", foi uma das ações mais letais do exército israelense na Cisjordânia ocupada desde a segunda Intifada, a revolta palestina de 2000 a 2005.

Israel afirmou que os alvos da operação eram combatentes da Jihad Islâmica.

O grupo Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e a Jihad Islâmica prometeram represálias e na sexta-feira lançaram foguetes contra o território israelense.

Muitos projéteis foram derrubados pela defesa antiaérea de Israel, mas o exército respondeu com bombardeios contra Gaza.

O governo dos Estados Unidos anunciou que o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, viajará na próxima semana a Israel e aos Territórios Palestinos para estimular o "fim do ciclo de violência".

Um porta-voz do Departamento de Estado confirmou na sexta-feira a visita e destacou que Blinken vai discutir "os passos necessários para reduzir as tensões". 

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