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Iraquianos invadem Parlamento durante protesto

Manifestantes protestaram contra a indicação do primeiro-ministro feita por partidos rivais de Al-Sadr e apoiados por Teerã

Após Al-Sadr instruir, pelo Twitter, seus seguidores a saírem, o prédio foi esvaziado (Karar Essa/Anadolu Agency/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de julho de 2022 às 09h21.

Centenas de manifestantes, a maioria apoiadores do líder xiita Moqtada al-Sadr, invadiram nesta quarta, 27, o Parlamento em Bagdá - gritando frases contra o Irã - para protestar contra a indicação do primeiro-ministro feita por partidos rivais de Al-Sadr e apoiados por Teerã.

Segundo a emissora de TV do Catar Al-Jazira, nenhum deputado estava presente no momento em que os manifestantes entraram no prédio. Eles estiveram durante quase duas horas no local, dentro da chamada Zona Verde, a área mais protegida da capital iraquiana. Após Al-Sadr instruir, pelo Twitter, seus seguidores a saírem, o prédio foi esvaziado.

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Os protestos são contra a candidatura de Mohamed Chia al-Sudani, ex-ministro e governador provincial, ao cargo de premiê. O nome dele foi indicado pela coalizão de partidos xiitas pró-Irã, que inclui a legenda do ex-primeiro-ministro Nuri al-Maliki - opositor de Al-Sadr - e por representantes do Hashd al-Shaabi, ex-paramilitares integrados às forças do Estado.

O bloco de Al-Sadr conquistou 73 assentos nas eleições de outubro de 2021 no Iraque, tornando-se o maior partido do Parlamento, que conta com 329 cadeiras. Mas, desde as eleições, Al-Sadr deixou o processo político.

Impasse

As manifestações são consequências do impasse político estabelecido há dez meses, desde as eleições. As negociações para formar o governo e nomear o premiê não avançam, e o Iraque está há 290 dias sem chefe de governo.

O Iraque é um país multirreligioso no qual as mesmas figuras dominam a vida pública desde 2003, após a deposição do presidente Saddam Hussein. O atual premiê, Mustafa al-Kazimi, no cargo desde 2020, pediu que os manifestantes se "retirassem" da Zona Verde e alertou, em comunicado, que as forças de segurança "garantiriam a proteção das instituições estatais e missões estrangeiras, e impediriam qualquer violação da segurança e da ordem".

Pela manhã, os manifestantes se reuniram na Zona Verde e começaram a derrubar os muros de cimento. A polícia usou jatos d'água para dispersá-los, mas muitos conseguiram entrar na área onde estão os prédios do governo e embaixadas. Eles marcharam pela avenida principal e seguiram até a o Parlamento.

A polícia foi enviada, mas alguns manifestantes escalaram os muros gritando: "Fora, Sudani!" De acordo com relatos, alguns manifestantes saíram feridos do edifício invadido, após bombas de gás lacrimogêneo serem disparadas.

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