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Incêndio em Notre-Dame é controlado após mais de 12 horas

Ainda persistem dúvidas sobre a resistência da estrutura deste símbolo que foi testemunha da história da França, que começa a planejar a reconstrução

Notre Dame: incêndio que durou cerca de 12 horas derrubou o ponto mais alto da catedral (Pierre Suu/Getty Images)

Notre Dame: incêndio que durou cerca de 12 horas derrubou o ponto mais alto da catedral (Pierre Suu/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 16 de abril de 2019 às 06h37.

Última atualização em 17 de abril de 2019 às 11h18.

Paris — O incêndio que destruiu a catedral de Notre-Dame, em Paris, foi extinguido pelos bombeiros parisienses nesta terça-feira (16), após 12 horas, mas ainda persistem dúvidas sobre a resistência da estrutura deste símbolo da cultura europeia e testemunha da história da França, que começa a planejar a reconstrução.

Nesta segunda-feira (15), em pouco mais de uma hora, já era tarde para a flecha, o ponto mais alto do monumento, e para boa parte do telhado, que foi reduzido quase inteiramente às cinzas. "Todo o telhado está sinistrado, toda a armação foi destruída, parte da abóbada caiu e a agulha já não existe mais", disse Gabriel Plus, porta-voz dos bombeiros de Paris.

Com sua queda, desaparece parte da história da Cidade Luz. "Paris está desfigurada. A cidade nunca voltará a ser como antes", lamentou Philippe, um francês de 30 anos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu "reconstruir" a catedral. "O pior foi evitado, embora ainda não tenhamos vencido a batalha totalmente", acrescentou Macron, visivelmente emocionado, antes de agradecer aos bombeiros por terem salvo as duas torres e a fachada do monumento.

Era a notícia que toda a cidade aguardava.

O incêndio começou por volta das 18h50 locais (13h50 de Brasília) nesta segunda na parte superior da catedral e se propagou rapidamente para o telhado. As chamas se propagaram e uma enorme nuvem de fumaça, visível a quilômetros de distância, envolveu o monumento histórico mais visitado da Europa em plena Semana Santa.

As autoridades da França acreditam que a origem do incêndio que ontem devastou a Catedral de Notre-Dame tenha sido acidental, afirmou o promotor de Paris, Remi Heitz, nesta terça-feira.

"Nada, por enquanto, faz acreditar que tenha sido um ato voluntário", destacou em entrevista à imprensa o promotor, responsável pela investigação.

Heitz explicou que os especialistas terão que fazer constatações no local, mas que não poderão ser realizadas até que entrem no edifício, algo que por enquanto "não é possível porque não é estável".

Segundo Heitz, primeiro aconteceu um alerta às 18h20 local (13h20, em Brasília), mas a constatação de incêndio ocorreu apenas 23 minutos depois. Enquanto isso, as forças de resgate realizavam a evacuação do local.

A Promotoria abriu uma investigação por "destruição involuntária por incêndio".

Nesta terça-feira, o ministro de Cultura francês, Franck Riester, já tinha antecipado que a hipótese mais provável era de um incêndio acidental que parece ter começado em torno da torre da catedral onde ocorriam obras de restauração.

Reconstrução

Construída ao longo de um século com início ao redor de 1160, Notre Dame é considerada pelos historiadores como um dos melhores exemplares da arquitetura gótica francesa. A catedral sobreviveu ao saque durante uma revolta de huguenotes no século 16, à pilhagem durante a Revolução Francesa nos anos 1790 e à negligência parcial até a publicação do romance "O Corcunda de Notre Dame", em 1831, que trouxe renovado interesse pela catedral e levou a uma grande obra de restauro iniciada em 1844.

A França já está pensando em formas de trazer o monumento histórico de volta à vida. A prefeitura de Paris, por exemplo, pôs em andamento uma operação para salvar todas as obras de arte.

Restaurar o edifício levará anos de obras, indicou o novo presidente da Conferência Episcopal da França, Eric de Moulins-Beaufort.

Apoio do papa

O papa Francisco lembrou nesta terça-feira de sua proximidade com a França e diz estar rezando pelos católicos franceses, parisienses e aqueles que estão enfrentando o fogo na catedral de Notre-Dame, segundo informou no Twitter, o porta-voz interino do Vaticano, Alessandro Gisotti.

"O papa está perto da França, reza pelos católicos franceses e pela população parisiense sob o choque do terrível incêndio que arrasou a catedral de Notre-Dame", escreveu.

Ontem à noite, enquanto as chamas devoravam boa parte do teto e derrubavam a flecha do templo, o monumento mais visitado na França, símbolo da história do país e uma das obras-primas da arte gótica com seus mais de 800 anos de história, o Vaticano expressou sua "tristeza".

"A Santa Sé recebeu com incredulidade e tristeza a notícia do terrível incêndio que devastou a catedral de Notre-Dame, símbolo da cristandade na França e no mundo", afirmou a nota.

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