Agência de notícias
Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 14h51.
O grupo Hamas afirmou que está pronto para trocar todos os reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza por prisioneiros palestinos durante a segunda fase da trégua com Israel. O objetivo, segundo a organização, é alcançar um cessar-fogo permanente e garantir a retirada total das forças israelenses do território palestino, devastado pela guerra.
Nesta quarta-feira, um líder do grupo declarou que a proposta já foi apresentada aos mediadores internacionais, mas não especificou o número de reféns ainda vivos.
O Hamas sequestrou 251 pessoas durante o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023. Desses, 70 ainda estão em cativeiro, sendo que ao menos 35 morreram, segundo o Exército israelense.
Na quinta-feira, o Hamas entregará os corpos de quatro reféns, e no sábado, mais seis reféns vivos serão libertados.
A primeira fase do cessar-fogo, em vigor desde 19 de janeiro, resultou na libertação de 19 reféns israelenses em troca de mais de 1,1 mil palestinos presos em Israel. Os termos da segunda fase da trégua devem ser finalizados até 2 de março, com a expectativa de um acordo definitivo para o fim da guerra e a reconstrução de Gaza.
O Hamas mantém duas exigências principais:
Já o governo israelense tem como objetivo a eliminação total do Hamas como força governante e militar no território. O porta-voz do Hamas, Hazem Qasim, declarou que o grupo não aceitará ser expulso de Gaza e que qualquer arranjo futuro para a região deve ser definido por consenso nacional palestino.
Na segunda-feira, porém, o líder do Hamas Khalil al-Hayya afirmou que o grupo poderia ceder o poder em Gaza, caso isso beneficie a população local.
Nesta quarta-feira, a população israelense aguarda a entrega dos corpos de quatro reféns, a primeira do tipo desde o início da trégua. Os corpos serão transportados pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, e as autoridades israelenses farão exames forenses para confirmar identidades e, se possível, determinar a causa das mortes.
O Hamas ainda não divulgou oficialmente os nomes dos reféns mortos, mas um dos líderes do grupo indicou que a lista incluirá membros da família Bibas. O sequestro de Shiri Bibas, de 32 anos, e de seus filhos Kfir e Ariel, de nove meses e quatro anos, comoveu Israel e a comunidade internacional. O Hamas alega que os três morreram em um bombardeio israelense, mas Israel não confirmou a informação.
Apesar das negociações, não está claro se Israel e Hamas chegarão a um acordo para a segunda fase da trégua. O governo israelense já afirmou que não aceitará uma solução que não envolva o fim do Hamas e a desmilitarização de Gaza. O grupo, por sua vez, resiste a qualquer acordo que exija sua saída do território ou a entrega de suas armas.
As próximas semanas serão decisivas para o futuro da trégua e para a possibilidade de um cessar-fogo definitivo entre Israel e Hamas.
(Com informações da AFP e do New York Times)