Reino Unido anuncia legalização de maconha para uso medicinal
A decisão depois do caso de um menino de 12 anos com epilepsia grave que não teve permissão de usar óleo de maconha
AFP
Publicado em 26 de julho de 2018 às 13h36.
Última atualização em 26 de julho de 2018 às 15h39.
Londres - O Reino Unido permitirá que médicos receitem maconha medicinal graças ao relaxamento da lei que governa as drogas derivadas da planta proibida.
O ministro do Interior, Sajid Javid, disse nesta quinta-feira que médicos especializados poderão prescrever produtos medicinais derivados da maconha a partir do outono.
O uso recreativo continuará sendo proibido.
A decisão vem na sequência de um caso de grande repercussão de um menino de 12 anos com epilepsia grave que não teve permissão de usar óleo de maconha, o que deu ensejo a um debate nacional e a uma revisão de especialistas.
"Casos recentes envolvendo crianças doentes deixaram claro para mim que a nossa posição a respeito de produtos medicinais relacionados à maconha não era satisfatória", disse Javid.
"Seguindo os conselhos de dois grupos de conselheiros independentes, tomei a decisão de reclassificar os produtos medicinais relacionados à maconha - o que significa que eles estarão disponíveis mediante receita médica."
Cientistas dizem haver cada vez mais indícios de que a erva pode amenizar a epilepsia e outras doenças, como dores crônicas, esclerose múltipla e enjoo provocado por quimioterapia, o que vem aumentando o interesse por esse campo.
No mês passado a GW Pharmaceuticals, que passou 20 anos desenvolvendo remédios de maconha, recebeu a aprovação da Agência de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos para produzir o primeiro medicamento derivado da planta.