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Filhos de Mubarak são soltos após aniversário de revolta

Os filhos do presidente egípcio deposto Hosni Mubarak foram libertados, após o aniversário da revolta de 2011 que o derrubou


	O ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak, assiste ao julgamento acompanhado de seus dois filhos, em 2013
 (AFP/ AHMED EL-MALKY)

O ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak, assiste ao julgamento acompanhado de seus dois filhos, em 2013 (AFP/ AHMED EL-MALKY)

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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2015 às 17h28.

Cairo - Os filhos do presidente egípcio deposto Hosni Mubarak foram libertados da prisão nesta segunda-feira, informaram autoridades de segurança, uma medida que pode insuflar as tensões após o domingo, data do aniversário da revolta de 2011 que derrubou o autocrata.

Na semana passada, um tribunal do país ordenou a soltura de Alaa e Gamal Mubarak até o novo julgamento de um caso de corrupção.

Os irmãos, empresários que se aproveitaram da relação com o governo durante a era Mubarak, foram libertados às duas horas da manhã pelo horário local. Acompanhados de seu advogado e seus guarda-costas, eles foram levados à sua casa, na área nobre de Heliópolis, no Cairo, disseram as autoridades de segurança.

Funcionários de segurança e médicos relataram também terem visitado Mubarak no hospital militar onde ele permanece detido. Fontes judiciais disseram que o ex-mandatário pode ser libertado em breve enquanto espera o novo julgamento de um caso de corrupção, já que atualmente não há sentenças contra o ex-comandante da Força Aérea.

O presidente eleito, Abdel Fattah al-Sisi, o mais recente dos militares a assumir o comando do Egito, restaurou parte da estabilidade depois que a queda de Mubarak desencadeou quase quatro anos de tumulto político e econômico.

Mas os sinais de descontentamento, incluindo manifestações ocasionais no centro do Cairo, emergiram na véspera do aniversário do início da revolta, no domingo.

No sábado, a ativista Shaimaa Sabbagh foi morta a tiros durante um protesto no centro da capital. Em uma rara crítica a Sisi, um artigo de primeira página no jornal estatal Al-Ahram culpou “o uso excessivo da força” por sua morte e pediu mudanças em uma lei aprovada pelo governo que impõe severas restrições às manifestações.

“Quatro anos após a revolução do Egito, a polícia continua matando manifestantes com frequência”, disse Sarah Leah Whitson, diretora de Oriente Médio e África do Norte da instituição humanitária Human Rights Watch.

“Enquanto o presidente Sisi estava em Davos (para o Fórum Econômico Mundial) polindo sua imagem internacional, suas forças de segurança estavam usando rotineiramente a violência contra egípcios que participavam de passeatas pacíficas.” Pelo menos 25 pessoas foram mortas em protestos antigoverno no domingo, data comemorativa do levante de 2011 que despertou esperanças de mais liberdade e responsabilização no Egito, aliado próximo dos Estados Unidos com influência no mundo árabe.

Testemunhas afirmaram que forças de segurança portando rifles e policiais com pistolas dispararam contra os manifestantes. Alguns pediam uma nova revolta.

As autoridades de segurança declararam que 19 pessoas morreram em Matariya, subúrbio do Cairo e bastião da Irmandade Muçulmana, o movimento islâmico que o então-chefe do Exército Sisi retirou do poder em 2013 após protestos em massa contra o presidente Mohammed Morsi.

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