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Ex-presidente da COP21 denuncia "mentiras" de Trump sobre o clima

Para Fabius, a justificativa utilizada por Trump, sobre um impacto negativo para a economia americana, "é uma mentira descarada"

Laurent Fabius: "Tem uma arrogância fora do normal este senhor Trump", diz ele (Matt Dunham/WPA Pool/Getty Images)
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AFP

Publicado em 2 de junho de 2017 às 08h46.

Paris - Donald Trump tomou uma decisão "vergonhosa" ao retirar seu país do Acordo de Paris sobre o clima, afirmou o francês Laurent Fabius, ex-presidente da COP21, que denunciou um "pacote de mentiras" sobre o tema do presidente americano.

"Esta decisão, este discurso, é uma falha vergonhosa e um grande erro. Além disso é um pacote de mentiras e a única reação possível é a mobilização mundial", declarou ao canal France 2 o ex-ministro das Relações Exteriores, que liderou a conferência de dezembro de 2015 que resultou no Acordo de Paris.

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Para Fabius, a justificativa utilizada por Trump, sobre um impacto negativo para a economia americana, "é uma mentira descarada".

"É uma visão completamente falsa a de acreditar que seria positivo para os Estados Unidos sair do Acordo de Paris (...) A criação de empregos na área das energias renováveis será mais importante que o fim de empregos nos setores antiquados".

"Tem uma arrogância fora do normal este senhor Trump. Ele diz: 'tenho uma opinião diferente, então todos os demais devem renegociar", afirmou.

"Mas isso não existe! Não está previsto que possa acontecer uma renegociação, está totalmente descartado", completou, indignado, antes de denunciar as motivações "eleitoreiras, ideológicas" do atual presidente americano.

Fabius também expressou preocupação com o impacto da decisão americana no financiamento das políticas climáticas dos países em desenvolvimento, um elemento chave do Acordo de Paris.

A respeito da questão, ele destacou que Trump disse "qualquer coisa" sobre o Fundo Verde da ONU, dotado de 10 bilhões de dólares e não 100 bilhões de dólares.

Para o atual primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, a retirada americana do acordo é uma "decisão desastrosa".

"Reforça entre os signatários a urgência de ação e a necessidade de seguir unidos, de modo coletivo", afirmou.

"Isto se aplica a nossos sócios chineses, nossos sócios indianos e, evidentemente, a nossos sócios europeus", completou.

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