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Estamos em um momento complexo e a inflação é um tremendo risco, diz FMI

Em evento do G30, Kristalina Georgieva reforça o papel dos bancos centrais no controle da alta de preços

Kristalina Georgieva: diretora do FMI (Peter Foley/Getty Images)

Kristalina Georgieva: diretora do FMI (Peter Foley/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de outubro de 2022 às 11h30.

Última atualização em 15 de outubro de 2022 às 11h50.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que o momento atual é complexo e a inflação é "um risco tremendo". Ao falar a uma plateia de banqueiros centrais do mundo todo, ela reforçou a necessidade de elevar os juros de forma "consistente e prudente".

"A inflação é um tremendo risco para o crescimento e o bem-estar das pessoas. Portanto, temos de nos concentrar no significado, a luta contra ela para os bancos centrais em quase todos os lugares", disse Georgieva, durante evento anual do Grupo dos Trinta (G30), organismo internacional que reúne os principais financiadores e acadêmicos do mundo.

Segundo ela, o cenário atual exige que as autoridades monetárias têm de aumentar as taxas de juro de forma "consistente e prudente" para derrubar a inflação e, mais importante, manter as expectativas de inflação, "bem ancoradas".

A diretora-gerente do FMI afirmou ainda que o ambiente político atual é "muito mais complexo" do que o vivenciado em 2020, quando foram diagnosticadas as consequências econômicas da Covid-19. "Tínhamos a política monetária e a fiscal trabalhando na mesma direção da acomodação, enquanto hoje a política monetária aperta, enquanto a fiscal precisa reconhecer as dificuldades para as pessoas e apresentar medidas temporárias e bem direcionadas para apoiar os mais vulneráveis", disse Georgieva.

Há ainda, conforme ela, o reconhecimento de que os riscos para a estabilidade financeira estão crescendo e uma rápida e desordenada repactuação de ativos pode ser ampliada por vulnerabilidades existentes, como alta dívida pública e também baixa liquidez em algumas partes do mercado financeiro.

"É fundamental termos fundamentos fortes em um mundo mais propenso a choques que agora vamos viver", disse.

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