Mundo

Eleições na Argentina: Bolsonaro e Milei conversam em chamada de vídeo após vitória

Gesto deve afastar ainda mais o novo presidente argentino de Lula, que não telefonou para parabenizar o economista

Javier Milei, presidente eleito da Argentina, em discurso da vitória (Emiliano Lasalvia/AFP)

Javier Milei, presidente eleito da Argentina, em discurso da vitória (Emiliano Lasalvia/AFP)

Publicado em 20 de novembro de 2023 às 12h53.

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, conversou em uma chamada de vídeo com o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, após a vitória nas eleições deste domingo. A informação foi confirmada pelo filho do ex-presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro, em suas redes sociais.

"Excelente chamada de vídeo de Jair Bolsonaro e o presidente eleito da Argentina, Javier Milei", escreveu Eduardo em suas redes sociais, compartilhando uma imagem da chamada entre os três.

O ex-presidente Bolsonaro deu apoio a Milei durante a campanha. Seu filho Eduardo foi até a Argentina no primeiro turno para ressaltar o apoio ao aliado. Os três se alinham à direita na política e defendem pautas comuns, como a redução do tamanho do Estado e o corte de gastos públicos.

Por outro lado, Milei ainda não conversou com o presidente Luiz Inacio Lula da Silva. Na campanha, o novo líder argentino fez ataques a Lula e, no debate do segundo turno, disse que não faria questão de ter uma relação próxima com o governante brasileiro. Ao mesmo tempo, Lula deu apoio indireto a Sergio Massa, rival de Milei na disputa, que foi derrotado.

Chamado de “comunista” e “corrupto” por Javier Milei, Lula reagiu friamente ao resultado da eleição de domingo, em uma rede social. Parabenizou o novo governo, sem citar Milei, e afirmou que o Brasil “sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”.

Mais do que isso, o presidente brasileiro não deve fazer. Lula não tomaria a iniciativa de telefonar para Milei, após ser alvo de ofensas, disse um interlocutor da área diplomática, ao jornal O Globo.

Assim, o governo brasileiro espera sinais de Milei de que há possibilidade de existir uma relação amistosa com o Brasil, independentemente das diferenças políticas e ideológicas entre os gestores dos dois países. Somente a partir de então será possível uma conversa telefônica e até mesmo a ida de Lula à posse do economista da direita radical, em Buenos Aires, no próximo dia 10 de dezembro. Bolsonaro confirmou que irá.

Na área econômica, há dúvidas sobre o que acontecerá com o Mercosul. Mas existe a convicção de que os negócios no setor privado, que colocam a Argentina como um dos principais parceiros comerciais do Brasil, serão mantidos.

Também não está claro sobre o que acontecerá com projetos comuns, como a construção de um gasoduto que sairia do país vizinho até o Rio Grande do Sul. Parte da obra seria financiada pelo BNDES.

Com Agência O Globo.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaJavier MileiLuiz Inácio Lula da SilvaJair Bolsonaro

Mais de Mundo

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido