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'É engraçado que Biden não perdoou a si mesmo', diz Trump

Presidente questiona benefícios dados pelo antecessor a seus familiares e aliados pouco antes de sair do cargo

Donald Trump, presidente dos EUA, durante evento na Casa Branca (Andrew Harnik/AFP)

Donald Trump, presidente dos EUA, durante evento na Casa Branca (Andrew Harnik/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 00h58.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, questionou os perdões dados pelo ex-presidente Joe Biden a integrantes de seu governo, familiares e outras pessoas, pouco antes de deixar o cargo. Ele deixou em aberto a possibilidade de investigá-lo no futuro.

"Este cara saiu por aí dando perdões para todo mundo. A coisa engraçada é que ele não deu um perdão a si mesmo. E se você olhar, tudo tem a ver com ele. O dinheiro foi para ele", disse Trump, em entrevista à Fox News, exibida na noite de quarta, 22, sem dizer a que dinheiro se referia.

Perguntado se o Congresso deveria investigar Biden, Trump disse "eu não sei". Questionado se pediria ao procurador-geral para abrir um processo, ele respondeu ser contra investigar presidentes. No entanto, disse que passou por "quatro anos de inferno" e que "é realmente difícil dizer que eles não passariam por isso também.

O presidente apontou que vários de seus aliados, como o estrategista Steve Bannon, foram presos e tiveram de gastar muito dinheiro com advogados. Ele disse que não deu perdões antecipados porque considerava que seus aliados não tinham feito nada de errado.

Processos contra Trump

Após deixar a Presidência, Trump foi alvo de quatro grandes processos. Dois deles o investigavam por sua participação na invasão do Congresso, em 6 de janeiro de 2021, um por fraude fiscal envolvendo pagamento de suborno e outro por desvio de documentos oficiais.

O republicano foi condenado pelo caso de fraude fiscal, no ano passado, mas sua sentença o livrou de punições. Os outros três casos foram abandonados depois que ele venceu a eleição.

Em 2024, a Suprema Corte decidiu que presidentes possuem imunidade ampliada, o que deve desencorajar novos processos contra eles. Apesar disso, Biden deu uma série de perdões futuros a pessoas próximas, poucos dias antes de deixar o cargo, de modo que elas não poderão ser processadas posteriormente.

O democrata também deu perdões a pessoas que investigaram Trump e que agora poderiam sofrer represálias, como o Dr. Anthony Fauci, que liderou o combate à pandemia nos EUA, e membros do comitê que investigou o ataque de 6 de janeiro. Ele também deu perdão a seus irmãos, cunhados e ao filho, Hunter Biden.

Na entrevista, Trump foi questionado sobre perdoar os invasores do Capitólio, incluindo aqueles punidos por atacarem policiais. "Eles deveriam ter o direito de questionar os votos", respondeu. O entrevistador Sean Hannity respondeu que "eles não deveriam ser autorizados a invadir o Capitólio".

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