Mundo

Dois anos de Guerra: Ucrânia promete vitória da invasão russa

Zelensky prometeu neste sábado, 24, dia em que a guerra completa dois anos, que o país vencerá as tropas da Rússia

Zelensky prometeu neste sábado, 24, dia em que a guerra completa dois anos, que o país vencerá as tropas da Rússia (NurPhoto/Colaborador/Getty Images)

Zelensky prometeu neste sábado, 24, dia em que a guerra completa dois anos, que o país vencerá as tropas da Rússia (NurPhoto/Colaborador/Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 24 de fevereiro de 2024 às 08h33.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, prometeu neste sábado, 24, que o país vencerá as tropas da Rússia, no dia em que a guerra completa dois anos e no momento em que Kiev enfrenta um desgaste com a redução da ajuda das potências ocidentais para enfrentar Moscou.

"Nós estamos lutando por isto durante 730 dias de nossas vidas. E nós venceremos, no melhor dia das nossas vidas", afirmou Zelensky em um evento ao ar livre no aeroporto de Gostomel, perto de Kiev, na presença de alguns líderes ocidentais.

Mais cedo, apesar das dificuldades atuais, o comandante das Forças Armadas ucranianas, general Oleksander Sirski, insistiu que a vitória está na "unidade".

"A luz sempre prevalece sobre as trevas", afirmou o militar, que foi nomeado para o cargo no início de fevereiro, como substituto do general Valeri Zaluzhni.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, desembarcou em Kiev, onde presidirá uma reunião virtual do G7 sobre a ex-república soviética. O encontro terá a participação de Zelensky e examinará uma nova série de sanções contra Moscou.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, seu homólogo belga Alexander de Croo e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também estão na capital ucraniana para expressar apoio ao país no segundo aniversário da invasão russa.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, esperava ocupar a capital Kiev em poucos dias quando ordenou a invasão, em 24 de fevereiro de 2022. Mas as tropas de seu país sofreram derrotas humilhantes para a resistência ucraniana.

A Ucrânia, por sua vez, teve seus planos frustrados em 2023 com o fracasso de uma grande contraofensiva no verão (hemisfério norte, inverno no Brasil). Atualmente, o Exército de Kiev enfrenta a escassez de soldados, munições e de baterias antiaéreas.

Unidade

A presença de vários líderes ocidentais neste sábado em Kiev não modifica a realidade: a ajuda dos Estados Unidos está bloqueada pelos opositores republicanos do presidente, Joe Biden, e a assistência da União Europeia enfrenta atrasos.

Zelensky afirmou na sexta-feira que as decisões sobre a entrega de ajuda militar devem ser "a prioridade".

O Reino Unido anunciou neste sábado um pacote de 245 milhões de libras (1,54 bilhão de reais) a Kiev para estimular a produção de armas e mais 8,5 milhões de libras (R$ 53,8 milhões) de ajuda humanitária.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou que Kiev e os aliados não devem perder a esperança porque "o objetivo do presidente (russo Vladimir) Putin de dominar a Ucrânia não mudou".

Ao desembarcar em Kiev, Von der Leyen, presidente do Executivo europeu, destacou a "resistência extraordinária do povo ucraniano" e afirmou que o bloco apoiará a nação "até que o país seja finalmente livre".

A solidariedade econômica, no entanto, começa a demonstrar fragilidades devido ao bloqueio das fronteiras por agricultores poloneses que não aceitam o aumento das importações de cereais ucranianos.

Uma questão de fé

Ao mesmo tempo, a Rússia celebra o aumento das ações no front e reivindicou vitórias como a tomada de Avdiivka, no leste do país, em 17 de fevereiro, após meses de combates violentos.

As tropas russas também passaram à ofensiva em outra área da região leste, nas proximidades Mariinka.

"Hoje, em termos de proporção de forças, a vantagem está do nosso lado", afirmou o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, durante uma visita às tropas neste sábado.

Porém, os ucranianos entrevistados em Kiev pela AFP se declararam convencidos da vitória contra os invasores.

"Aprendemos a resistir, a nos fortalecer e a acreditar. Aqui dizemos que quem tem fé será recompensado", declarou Nina, uma aposentada.

A Rússia também está animada com as vitórias recentes. Putin parabenizou na sexta-feira os "heróis" de seu Exército que lutam na Ucrânia. Quase 500.000 pessoas se alistaram nas Forças Armadas em 2023 e outras 50.000 em janeiro, enquanto a economia do país foi orientada para apoiar a máquina de guerra.

A oposição russa foi dizimada pela repressão e pela morte de seu principal líder, Alexei Navalny, em 16 de fevereiro em uma prisão na região do Ártico.

Putin não tem nenhum obstáculo no caminho de sua vitória nas eleições presidenciais programadas para março.

Mas os críticos, que podem ser condenados a longas penas de prisão, mantêm prudência. "Estamos tão afastados da verdade que é difícil tomar decisões", disse Konstantin, um professor de teatro.

Neste sábado, a polícia russa prendeu várias pessoas, incluindo jornalistas, durante uma manifestação de esposas de soldados russos que exigem o retorno dos militares que estão na batalha da Ucrânia.

Todos os sábados, as esposas dos soldados depositam flores no túmulo do soldado desconhecido, uma ação simbólica perto do muro do Kremlin, conhecida como movimento "Put Domoi" (caminho para a casa, em russo).

Ao comentar as sanções que isolaram a Rússia do mundo ocidental, o ex-presidente russo e atual número dois do Conselho de Segurança, Dmitri Medvedev, afirmou que o país se vingará das medidas.

"Temos que nos recordar e nos vingarmos deles sempre que possível. São nossos inimigos", escreveu no Telegram após as novas restrições anunciadas nos últimos dias por Estados Unidos, UE e Reino Unido.

Acompanhe tudo sobre:Volodymyr-ZelenskyUcrâniaRússia

Mais de Mundo

Líder insurgente convoca celebrações nesta sexta-feira e promete “construir” a Síria

Mala nuclear: o que é e como ela simboliza o poder na transição presidencial dos EUA

Governo da França confirma François Bayrou como novo primeiro-ministro

Ofensiva rebelde na Síria força 1,1 milhão de pessoas a fugirem de casa em três semanas, diz ONU