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Depois da Europa, onda de calor recorde atinge os EUA nesta semana

Uma onda prolongada de calor iniciada no fim de semana deve fazer os EUA baterem temperaturas acima de 40ºC

Moradores em parque do Brooklyn, em Nova York: calor recorde nos EUA esperado para esta semana (Alexi Rosenfeld/Getty Images)

Moradores em parque do Brooklyn, em Nova York: calor recorde nos EUA esperado para esta semana (Alexi Rosenfeld/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2022 às 06h00.

As temperaturas fora do comum que têm marcado o verão nos países do norte global continuam nesta semana, levantando sinal de alerta acerca das mudanças climáticas. Nesta terça-feira, 26, a previsão é de que uma série de estados no norte dos Estados Unidos tenham as temperaturas mais altas em anos.

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“O calor e a umidade extremos aumentarão significativamente o potencial de doenças relacionadas ao calor, principalmente para aqueles que trabalham ou participam de atividades ao ar livre”, disse em boletim o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA.

O serviço aponta que uma "onda prolongada de calor" que começou no fim de semana deve durar até a segunda metade desta semana, com alguns recordes previstos para esta terça-feira.

VEJA TAMBÉM: Na Europa, calor extremo agrava crise energética gerada pela guerra. E o inverno está chegando

Alguns lugares podem passar de 40ºC nos EUA.

No tradicionalmente mais frio Nordeste, estados como Nova Jersey, Pensilvânia e Delaware devem ser os mais afetados, mas cidades em outros estados na região, como Nova York, a capital Washington D.C e Boston, também devem bater recorde de calor. Ao menos uma pessoa já morreu devido ao calor neste verão em Nova York.

A onda de calor afetará o país inteiro. Para além do Nordeste, Oklahoma, no centro-sul, também deve bater 40ºC, assim como em alguns lugares no vizinho Texas e em partes da Califórnia, no oeste.

As últimas semanas já haviam tido ondas recorde de calor na Europa. O caso mais marcante foi o do Reino Unido, que teve sua pior onda de calor documentada da história, vista como mais intensa do que no histórico verão de 1976. Os termômetros chegaram a marcar 40ºC no país, a maior temperatura já vista.

Estimativas sobre excesso de mortes em relação aos números tradicionais apontam que quase mil pessoas podem ter morrido em apenas três dias na semana passada devido ao calor.

O calor em alguns locais onde tradicionalmente o verão não tem temperaturas tão altas chama atenção principalmente porque a infraestrutura desses lugares não é preparada para a temperatura extrema. Populações mais pobres e em situação de rua são particularmente mais afetadas por esse cenário, como já acontece com frios intensos.

O caso, longe de isolado, também levantou o debate sobre os riscos das mudanças climáticas. Nos últimos anos, os verões têm tido temperaturas maiores em várias regiões do norte global.

O cientista-chefe do Met Office, escritório do clima no Reino Unido, professor Stephen Belcher, citou em comunicado neste mês um estudo de 2020 da instituição que aponta que a superação do limite de 40°C de temperatura no Reino Unido teria sido "praticamente impossível" em um "clima sem disrupções".

Cientistas têm afirmado que as temperaturas extremas, antes mais improváveis, devem se tornar cada vez mais comuns de agora em diante e com ondas de calor (ou frio) frequentes em lugares improváveis.

Enquanto os EUA ingressam em seu pior momento, o calor no Reino Unido (e no resto da Europa) começa a ficar mais ameno nos próximos dias, após as cenas de caos na semana passada. Mas o debate sobre as temperaturas fora do comum continua.

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