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Covid-19 é uma mensagem da natureza para a humanidade, dizem pesquisadores

No Dia do Meio Ambiente, pesquisadores lembram da relação entre doenças infecciosas, como o coronavírus, e a degradação da natureza

Dia do Meio Ambiente: segundo pesquisadores, novo coronavírus escancarou a necessidade de uma tomada de decisão baseada na ciência (UniversalImagesGroup / Colaborador/Getty Images)

Gabriela Ruic

Publicado em 5 de junho de 2020 às 08h49.

Última atualização em 5 de junho de 2020 às 20h19.

A covid-19, doença causada pelo novo coronavírus que está no centro de uma pandemia global, é uma mensagem da natureza para a humanidade, uma espécie de pedido de socorro que traz à tona a necessidade de vivermos dentro dos limites do planeta. E o fracasso dos líderes em entender o que isso significa terá consequências desastrosas.

A mensagem é do economista Sir Partha Gupta e da diretora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente Inger Andersen. A dupla publicou um artigo nesta sexta-feira, 05, por ocasião do Dia do Meio Ambiente, no qual pediram que lideranças de todo o mundo reconheçam a importância da conservação do meio ambiente e da natureza para a riqueza e a economia do mundo.

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“Dados nos mostram que nosso estoque de capital natural caiu em 40% desde 1990, enquanto o capital produzido dobrou e o humano aumentou em 13%”, explicaram os pesquisadores. “Mas poucos tomadores de decisão da economia e das finanças são capazes de interpretar o que isso significa ou, pior, escolhem não entender”.

Ainda de acordo com Gupta e Andersen, a pandemia do novo coronavírus escancarou a necessidade de uma tomada de decisão baseada na ciência por parte dos governos. Principalmente em razão da já conhecida ligação entre a perda de biodiversidade e o surgimento e propagação de doenças infecciosas.

Muito embora cientistas ainda tentem entender os detalhes em torno do surgimento e da propagação do novo coronavírus, bem como da covid-19, estudos sinalizam que o mesmo tenha nascido a partir de animais selvagens.

Nesse sentido, o comércio dos animais e a perda de seus habitats naturais deixam os seres humanos vulneráveis aos vírus que essas espécies carregam e, portanto, aumentam os riscos de novas epidemias.

Segundo um estudo recente, divulgado pela rede britânica BBC, animais selvagens em extinção pela exploração humana ou pela perda de habitat carregam duas vezes mais vírus capazes de causar doenças infecciosas que aqueles em extinção por outras razões.

Ainda de acordo com os cientistas, a aproximação dos humanos com esses animais, pela caça ou pelo comércio, por exemplo, vira uma oportunidade para que as doenças sejam transmitidas entre essas espécies que não teriam entrado em contato em outras circunstâncias.

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