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Coreia do Norte dispara mísseis balísticos de curto alcance

O lançamento ocorreu dias depois de Seul e Washington terem concluído, na quinta-feira, seus maiores exercícios militares conjuntos em cinco anos

Os mísseis voaram quase 370 quilômetros cada. "O lançamento foi um ato grave de provocação, que prejudica a paz e a estabilidade da comunidade internacional e da península coreana" (KCNA/Reuters)

Os mísseis voaram quase 370 quilômetros cada. "O lançamento foi um ato grave de provocação, que prejudica a paz e a estabilidade da comunidade internacional e da península coreana" (KCNA/Reuters)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 27 de março de 2023 às 06h57.

A Coreia do Norte disparou nesta segunda-feira, 27, dois mísseis balísticos, no mais recente de uma série de testes com armamentos nas últimas semanas, informaram as Forças Armadas sul-coreanas.
"Nossas Forças Armadas detectaram dois mísseis balísticos de curto alcance disparados a partir da região de Junghwa, na província de Hwanghae do Norte, às 7H47 (19H47 de Brasília, domingo) em direção ao Mar do Japão", informou o Estado-Maior Conjunto (EMC) de Seul em um comunicado.

Os mísseis voaram quase 370 quilômetros cada. "O lançamento foi um ato grave de provocação, que prejudica a paz e a estabilidade da comunidade internacional e da península coreana", acrescentou o EMC.

O ministério da Defesa do Japão também confirmou o lançamento. A imprensa japonesa citou autoridades que afirmaram que os dois mísseis voaram em uma trajetória irregular antes em uma área fora da zona de exclusão econômica nipônica.

O lançamento ocorreu dias depois de Seul e Washington terem concluído, na quinta-feira, seus maiores exercícios militares conjuntos em cinco anos.

Pyongyang considera que estas manobras são um ensaio de invasão e declarou, na sexta-feira, que os exercícios recentes, denominados Escudo de Liberdade, foram um treinamento para "ocupar" a Coreia do Norte.

A imprensa estatal norte-coreana afirmou na semana passada que os exercícios militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul exigem "dissuasões de guerra mais fortes", incluindo uma "capacidade de ataque nuclear multifacetada e ofensiva".

O regime norte-coreano realizou exercícios militares próprios, incluindo o segundo lançamento do ano de um míssil balístico intercontinental e o teste de um drone submarino de ataque nuclear.

Alertar o inimigo

Analistas destacaram que a Coreia do Norte poderia usar os exercícios militares como desculpa para lançar mais mísseis e talvez até para executar um teste nuclear.

A imprensa estatal norte-coreana reportou na sexta-feira que o teste com o "drone submarino de ataque nuclear", supervisionado pessoalmente pelo líder Kim Jong Un, foi realizado para "alertar o inimigo de uma verdadeira crise nuclear".

A missão do drone é "se infiltrar sigilosamente em águas operacionais e provocar um tsunami radioativo de grande escala (...) para destruir frotas ofensivas e portos operacionais importantes do inimigo", reportou a agência de notícias oficial KCNA.

A KCNA havia informado na quarta-feira que Pyongyang disparou mísseis de cruzeiro estratégicos, "equipados com uma ogiva de testes que simulava uma ogiva nuclear".

Analistas questionam as afirmações norte-coreanas, ao ressaltar que não tiveram demonstrações confiáveis de capacidade.

Mas acrescentaram que Pyongyang está avançando de simplesmente armazenar ogivas nucleares para tentar diversificar seus meios de lançamento.

Após um ano recorde de testes com armas e crescentes ameaças nucleares de Pyongyang em 2022, Seul e Washington intensificaram sua cooperação na área da segurança.

As ações norte-coreanas também levaram a Coreia do Sul e o Japão a se reaproximarem, após tensões que marcaram suas relações devido a disputas históricas, com vistas a estreitar sua cooperação de segurança.

A Coreia do Norte se proclamou no ano passado uma potência nuclear "irreversível" e o líder Kim Jong Un pediu recentemente um aumento "exponencial" na produção de armas, inclusive as de tipo nuclear tático.

Kim também ordenou semanas atrás que as forças armadas norte-coreanas intensificassem os preparativos para uma "guerra real".

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