U.S. President Donald Trump boards Air Force One at Valley International Airport after visiting the U.S.-Mexico border wall, in Harlingen, Texas, U.S., January 12, 2021. REUTERS/Carlos Barria (Carlos Barria/Reuters)
Agência de notícias
Publicado em 5 de abril de 2023 às 09h42.
Donald Trump se apresentou nesta terça-feira, 4, em um tribunal criminal de Nova York, após ter sido indiciado por fraude contábil para encobrir, entre outros, o pagamento de propina para calar uma atriz pornô em 2016. O ex-presidente é alvo, no entanto, de outras investigações, relacionadas abaixo:
Um comitê do Congresso, dissolvido pela maioria republicana que assumiu este ano a Câmara baixa, investigou o papel de Trump na invasão de seus apoiadores ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando os legisladores se preparavam para certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020.
Durante várias audiências, o comitê, formado, sobretudo, por democratas, assegurou que o ex-presidente republicano inflamou seus apoiadores antes do ataque e que "fracassou em seu dever como comandante-em-chefe" durante a invasão.
Em seu relatório final, o painel concluiu que Trump não deveria voltar a ocupar um cargo público e recomendou que os tribunais federais abrissem um processo criminal contra ele, sobretudo por incentivar a insurreição. Este é o caso que poderia resultar em acusações mais graves contra Trump.
O promotor especial Jack Smith investiga, ainda, o papel do ex-presidente nas tentativas de revogar os resultados das eleições presidenciais de 2020. Quando concluir as investigações, ele poderá decidir indicia-lo ou não. Mas a última palavra será do secretário de Justiça, Merrick Garland.
Uma procuradora da Geórgia investiga desde 2021 as "tentativas de influenciar as operações eleitorais" naquele estado do sul do país, onde Biden venceu por estreita maioria em 2020.
Em um telefonema, cuja gravação foi tornada pública, Trump pediu a Brad Raffensperger, alto funcionário local, que "encontrasse" quase 12.000 votos a seu favor.
Fani Willis, promotora do condado de Fulton, que inclui Atlanta, nomeou um grande júri para determinar se há provas suficientes para indiciar o ex-presidente. Pessoas próximas de Trump, como seu ex-advogado pessoal, Rudy Giuliani, testemunharam.
Este grande júri recomendou o indiciamento de várias pessoas, sem revelar se o ex-presidente está entre elas.
Ao deixar a Casa Branca, Trump levou consigo caixas repletas de documentos, apesar de uma lei de 1978 obrigar os presidentes americanos a enviarem todos os seus e-mails, cartas e outros documentos de trabalho aos Arquivos Nacionais.
Em janeiro de 2022, Trump devolveu 15 caixas, mas o FBI, polícia federal americana, estimou que o ex-presidente provavelmente tinha mais em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida.
Posteriormente, agentes do FBI fizeram uma revista com mandado judicial por "retenção de documentos sigilosos" e "obstrução de investigação federal", e confiscaram cerca de 30 caixas mais.
Começou, então, uma intensa batalha legal para determinar a natureza dos documentos apreendidos - sigilosos, pessoais ou com o sigilo suspenso? -, o que atrasou o processo, mas o caso pode resultar em um indiciamento por crime federal. O promotor especial Smith também investiga o caso.
Em janeiro, a Trump Organization foi condenada, em Nova York, a pagar uma multa de até 1,6 milhão de dólares (R$ 8,3 milhões) por fraude fiscal e financeira. É um caso criminal, mas se espera outro na esfera cível dentro de alguns meses.
A procuradora-geral do estado de Nova York, a democrata Letitia James, apresentou um processo contra Trump, seus filhos e a Trump Organization.
O ex-diretor financeiro da Trump Organization, Allen Weisselberg, com seu advogado em 10 de janeiro de 2023, na cidade de Nova York
Eles são acusados de terem manipulado deliberadamente o valor dos ativos do grupo - que incluem clubes de golfe, hotéis de luxo e outras propriedades - para obter empréstimos mais vantajosos dos bancos ou reduzir impostos.
Letitia pede 250 milhões de dólares (mais de R$ 12,9 bilhões) em indenizações em nome do estado, e a proibição de que o ex-presidente e seus familiares administrem empresas.