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Conflito em Israel deixa quase 700 mortos e 4 mil feridos em 24 horas

Ofensiva do Hamas contra o Estado de Israel é considerada a maior em 50 anos; situação pode ficar ainda mais alarmante nas próximas horas, quando o governo israelense iniciará uma operação em Gaza

Explosão destrói prédio no bairro residencial de Rimal, na Cidade de Gaza, em 20 de maio de 2021, durante o bombardeio israelense no enclave controlado pelo Hamas (BASHAR TALEB/AFP)

Explosão destrói prédio no bairro residencial de Rimal, na Cidade de Gaza, em 20 de maio de 2021, durante o bombardeio israelense no enclave controlado pelo Hamas (BASHAR TALEB/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de outubro de 2023 às 08h31.

Última atualização em 8 de outubro de 2023 às 08h39.

Apenas um dia depois do Hamas iniciar uma ampla ofensiva contra o Estado de Israel, considerada a maior em 50 anos, o número de mortos e feridos não para de crescer. Neste domingo, o Ministério da Saúde palestino em Gaza informou que ao menos 313 palestinos morreram e quase 2 mil ficaram feridos com a reação das forças israelenses. Do outro lado, o levantamento mais recente aponta que há mais de 350 judeus mortos e 1.800 feridos — totalizando quase 700 vítimas fatais e 4 mil feridos.

Mas este parece ser só o início de um conflito sangrento, após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometer um ataque "com todas as forças" contra Gaza que deixará a cidade "em ruínas". O governo de Israel instou a população palestina a deixar suas casas dentro de 24 horas e iniciou uma operação para evacuar os judeus que residem nos arredores da região.

Na noite de sábado, o ministro da Energia israelense, Israel Katz, afirmou que o fornecimento de eletricidade na Faixa de Gaza seria interrompido. De acordo com a correspondente do jornal al-Jazeera na região, o território está sobrevivendo com apenas quatro horas de energia a cada 12 horas de apagão devido aos 20 megawatts que a Autoridade Palestina obtém de outras usinas elétricas.

Segundo o diretor do hospital al-Shifa, o maior de Gaza, Mohamed Abu Silmiya, o corte de energia por parte de Israel tornou a situação ainda mais alarmante, prejudicando o tratamento do enorme fluxo de feridos que estão chegando ao local — que só está operando ainda devido a geradores extras.

"Estamos fazendo o que podemos com o que temos, mas estamos enfrentando uma ameaça real, especialmente porque a energia foi cortada, e os geradores aqui consomem 48.000 litros de combustível por dia. Não podemos nos dar ao luxo de continuar operando dessa forma", disse Abu Silmiya a al-Jazeera.

No escuro e em meio aos bombardeios, a população palestina se vê sem saída enquanto o tempo corre contra o seu favor. Moradores da região receberam alertas das forças de Israel avisando para buscarem abrigo, mas há poucas opções seguras na cidade sitiada.

"O fato de que podemos simplesmente sair e encontrar segurança em outro lugar é totalmente falso", disse Zaki Anwar, pai de quatro filhos, a al-Jazeera. "Eles [o Exército israelense] podem tentar parecer misericordiosos, mas há apenas alguns minutos bombardearam uma casa residencial aqui no campo, matando 18 pessoas de uma única família".

Do outro lado, na Cisjordânia ocupada, moradores organizam funerais para velar os palestinos que morreram nas últimas 24 horas.

"Estamos em um dos quatro ou cinco funerais que devem ocorrer hoje na Cisjordânia ocupada", disse uma correspondente da al-Jazeera, do lado de fora da casa dos avós de um jovem de 18 anos. "Ele será trazido aqui para a casa de seus avós antes de ser enterrado. Ele e outros quatro foram mortos no confronto".

Como começou

A ofensiva do Hamas contra o Estado de Israel começou às 6h30 de sábado com os disparos de foguetes de vários locais de Gaza. Em seguida, começaram os ataques de entre 200 e 300 combatentes palestinos infiltrados em Israel a diversas localidades próximas ao território. Segundo o Exército de Israel, eles usaram picapes, botes de borracha e até parapentes para entrar no território.

Um porta-voz das Forças Armadas israelenses confirmou que vários civis e soldados foram mantidos reféns em casa, como na cidade de Ofakim, ou levados para o território palestino. O número total de capturados, informa o Haaretz, é desconhecido.

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O Hamas divulgou um comunicado após o início dos ataques. Israel, junto com o Egito, mantém um duro bloqueio contra a Faixa de Gaza desde que o grupo assumiu o poder em 2007. Desde então, ocorreram vários conflitos entre combatentes palestinos e o Estado judeu.

“Decidimos pôr fim a todos os crimes da ocupação [israelense], o seu tempo de violência sem responsabilização acabou”, declarou o grupo. “Anunciamos a Operação Dilúvio de al-Aqsa e disparamos, no primeiro ataque de 20 minutos, mais de 5 mil foguetes", escreveram, fazendo referência à histórica disputa em torno da mesquita de al-Aqsa, local em Jerusalém que é sagrado tanto para muçulmanos como para judeus.

Um alto funcionário do Hamas disse que o objetivo da captura de reféns é trocá-los pelos prisioneiros palestinos nas cadeias israelenses. Em mensagem divulgada em redes sociais, Netanyahu disse que o país está em guerra contra o grupo.

"Estamos em guerra e vamos vencer. O inimigo pagará um preço que nunca conheceu", disse Netanyahu em mensagem de vídeo.

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