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Companhia aérea da Alemanha é multada em R$ 20 milhões por impedir passageiros judeus de embarcar

O Departamento de Transportes aplicou uma multa recorde depois que a companhia aérea impediu 128 passageiros de fazer um voo de conexão em 2022

Aviões da Lufthansa no aeroporto de Frankfurt

 (AFP/AFP)

Aviões da Lufthansa no aeroporto de Frankfurt (AFP/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 16 de outubro de 2024 às 07h31.

Última atualização em 16 de outubro de 2024 às 07h32.

O Departamento de Transportes dos Estados Unidos multou a Lufthansa em mais de R$ 20 milhões na terça-feira, após concluir que a companhia aérea havia discriminado 128 passageiros judeus que viajavam de Nova York para a Hungria em 2022, impedindo-os de embarcar em um voo de conexão na Alemanha, de acordo com o anúncio da agência. Os passageiros estavam a caminho de um evento anual de memorial para homenagear um rabino ortodoxo na Hungria.

O Departamento de Transportes disse que a multa foi a maior já imposta por uma violação de direitos civis, afirmando que o comportamento da companhia aérea alemã constituía discriminação religiosa, violando várias leis dos EUA. A investigação da agência começou após o recebimento de mais de 40 queixas de passageiros judeus que viajavam do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, para Budapeste, com uma parada programada em Frankfurt, em 3 de maio de 2022.

Entenda o que aconteceu

O Departamento de Transportes afirmou que a Lufthansa não permitiu que os passageiros embarcassem no voo de conexão por causa do comportamento inadequado de um pequeno número de indivíduos no primeiro trecho da viagem. A maioria dos passageiros afetados eram homens judeus em trajes ortodoxos tradicionais, que foram tratados como uma entidade única e penalizados pelas ações de alguns, disse o departamento.

O problema começou quando o capitão do primeiro voo alertou a segurança da Lufthansa sobre alguns passageiros que não estavam cumprindo as instruções da tripulação, que incluíam o uso de máscaras faciais durante o voo e a proibição de se reunir no corredor ou nas saídas de emergência. No entanto, eles não foram considerados riscos à segurança.

Como resultado desse alerta, foi colocada uma restrição nos bilhetes de mais de 100 passageiros com destino a Budapeste, todos judeus, segundo o departamento. No entanto, nenhum indivíduo específico foi identificado como tendo violado as instruções da tripulação, contradizendo a justificativa da Lufthansa para o embarque negado, segundo o anúncio.

Em uma ordem legal apresentada na terça-feira, o departamento escreveu que "a recusa de transporte em Frankfurt foi uma continuação de um padrão de comportamento discriminatório que começou em um voo que se originou nos Estados Unidos."

A companhia aérea foi ordenada a cessar práticas discriminatórias futuras e deve pagar US$ 2 milhões da multa em até 30 dias. Os US$ 2 milhões restantes foram creditados à Lufthansa por compensações já fornecidas aos passageiros afetados.

"Ninguém deve enfrentar discriminação ao viajar, e a ação de hoje envia uma mensagem clara à indústria aérea de que estamos preparados para investigar e tomar medidas sempre que os direitos civis dos passageiros forem violados", disse o secretário de Transportes, Pete Buttigieg, em comunicado.

A Lufthansa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, mas em uma declaração divulgada em 2022, dias após o incidente, a companhia aérea disse que "lamenta as circunstâncias que cercaram a decisão de excluir os passageiros afetados do voo, pela qual a Lufthansa se desculpa sinceramente."

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