Mundo

Comissão parlamentar turca aprova adesão da Suécia à Otan

Contando com maioria de aliados na Assembleia, o presidente Recep Tayyip Erdogan levantou em julho seu veto à adesão da Suécia, depois de Estocolmo tomar certas medidas contra grupos curdos considerados "terroristas" por Ancara

Após esta decisão, o protocolo deverá ser votado em plenário na Assembleia Nacional, embora ainda não se saiba a data desta votação (AFP/AFP)

Após esta decisão, o protocolo deverá ser votado em plenário na Assembleia Nacional, embora ainda não se saiba a data desta votação (AFP/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 26 de dezembro de 2023 às 14h45.

A Comissão das Relações Exteriores do Parlamento turco aprovou nesta terça-feira, 26, o protocolo de adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) após 19 meses de suspense, informou à AFP o deputado Utku Cakirozer, do partido opositor CHP.

Após esta decisão, o protocolo deverá ser votado em plenário na Assembleia Nacional, embora ainda não se saiba a data desta votação.

Contando com maioria de aliados na Assembleia, o presidente Recep Tayyip Erdogan levantou em julho seu veto à adesão da Suécia, depois de Estocolmo tomar certas medidas contra grupos curdos considerados "terroristas" por Ancara.

"Estamos felizes por podermos nos tornar um país-membro da Otan", disse o ministro dos Relações Exteriores da Suécia, Tobias Billström, em declarações à rede SVT Nyheter.

Adesão da Suécia foi complexa

Junto com a Hungria, a Turquia é o último dos 31 Estados-membros da Otan que ainda não havia ratificado a adesão da Suécia. Há dez meses o país vinha multiplicando suas exigências para dar seu aval.

Inicialmente, o governo de Erdogan havia condicionado essa discussão ao endurecimento, por parte da Suécia, de sua política em relação aos refugiados curdos e, depois, à aprovação americana de lhe vender caças F-16.

A Suécia apresentou sua candidatura à aliança transatlântica ao mesmo tempo em que a Finlândia — admitida em abril —, após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

O governo turco havia criticado as autoridades do país nórdico por sua "clemência" com os militantes curdos refugiados em seu território, exigindo a extradição de dezenas deles.

"Observamos uma mudança na política da Suécia, em algumas decisões adotadas pelos tribunais", disse Fuat Oktay, deputado do AKP (partido da situação) e presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento, em entrevista ao canal privado NTV na segunda-feira (25).

"Ainda tínhamos alguns pedidos para continuarmos avançando" na luta contra o terrorismo, acrescentou, sem dar mais detalhes.

Decisão adiada e retomada

O Parlamento turco iniciou em novembro a análise do protocolo de adesão da Suécia à Otan, pendente desde maio de 2022, mas as discussões foram adiadas.

No início de dezembro, Erdogan acrescentou como condição para a ratificação da adesão da Suécia a aprovação "simultânea", por parte do Congresso americano, da venda de aviões F-16 para a Turquia. O país tenta obter sinal verde dos EUA para a venda destes caças, considerados necessários para modernizar sua Força Aérea.

O governo do presidente Joe Biden não se opõe a essa venda, mas o Congresso bloqueou-a, até o momento, por razões políticas, como violações dos direitos humanos na Turquia, ou tensões com a Grécia.

Acompanhe tudo sobre:OtanTurquiaSuécia

Mais de Mundo

Líder supremo do Irã pede sentença de morte contra Netanyahu

Hezbollah coloca Tel Aviv entre seus alvos em meio a negociações de cessar-fogo

Israel e Hezbollah estão a poucos dias de distância de um cessar-fogo, diz embaixador israelense

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA