Mundo

Com ataques, Trump apela ao medo e Hillary, à experiência

Trump fez da angústia pela insegurança um ponto forte de sua campanha; em contraste, Hillary ressalta experiência política para enfrentar desafios do terrorismo


	Hillary e Trump: a ameaça terrorista entrou de forma estrondosa na campanha da eleição presidencial americana
 (Lucy Nicholson / Jim Urquhart / Reuters)

Hillary e Trump: a ameaça terrorista entrou de forma estrondosa na campanha da eleição presidencial americana (Lucy Nicholson / Jim Urquhart / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2016 às 14h44.

Donald Trump apostou nesta segunda-feira no temor e na firmeza após o atentado em Manhattan e a descoberta no estado vizinho de Nova Jersey de várias bombas, enquanto Hillary Clinton preferiu insistir em sua experiência para enfrentar o terrorismo.

A ameaça terrorista entrou de forma estrondosa na campanha da eleição presidencial americana, a 49 dias da votação: um artefato explosivo deixou 29 feridos em Manhattan, Nova York, na noite de sábado, e outro não explodiu.

Em Nova Jersey foram encontradas mais de meia dúzia de bombas, entre elas uma que explodiu parcialmente, mas que não deixou vítimas.

O FBI deteve um cidadão americano nascido no Afeganistão em conexão com estes ataques. Este homem, identificado como Ahmad Khan Rahami, foi ferido durante a prisão.

Além disso, outro homem armado com uma faca feriu no sábado nove pessoas em um shopping de Minnesota (norte), um ataque reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

"Vamos ter que ser muito duros", reagiu Donald Trump na Fox News na manhã desta segunda-feira. "Fomos fracos, nosso país foi fraco. Deixamos dezenas de milhares de pessoas entrarem".

Angústia pela insegurança

O candidato republicano fez da angústia pela insegurança um ponto forte de sua campanha, junto ao tema da imigração clandestina.

Os eleitores estão muito divididos sobre qual dos dois candidatos será o mais eficaz diante da ameaça terrorista. Segundo uma pesquisa da Fox News publicada antes do fim de semana, 46% dos eleitores confiam mais em Hillary Clinton em matéria de terrorismo e segurança nacional, contra 45% que preferem Donald Trump.

Há meses, e sobretudo depois de um atentado contra uma boate gay em junho em Orlando, Donald Trump se apresenta como o homem que colocará ordem, e busca imputar a ascensão do grupo EI à gestão de Barack Obama e de sua ex-secretária de Estado Hillary Clinton.

"Os ataques de sábado demonstram o fracasso da política de Obama/Hillary Clinton, que não podem garantir nossa segurança!", tuitou na noite de domingo. "Comigo os Estados Unidos voltarão a estar seguros!", acrescentou.

O candidato defende um fechamento coletivo das fronteiras em função do país de origem do imigrante, para impedir a chegada de potenciais terroristas. Por exemplo, espera deter a chegada de refugiados sírios e denuncia o projeto de seu rival democrata de aumentar seu número.

Experiência versus emoção

Em contraste, Hillary Clinton ressalta seus 25 anos de experiência política para enfrentar os desafios do terrorismo e as ameaças à segurança.

Apostando na prudência diante dos impulsos de seu adversário republicano, sua primeira reação foi apostar em manter o sangue frio: "Sempre é mais sábio esperar para ter informação antes de tirar qualquer conclusão", declarou na noite de sábado.

Em uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, a ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado disse que os Estados Unidos não se curvarão diante dos últimos ataques e que ela tem os méritos para ser comandante em chefe.

"Optamos por resolver (os problemas), não pelo temor", disse, ao mesmo tempo em que pediu para apelar "à força da inteligência" para contrabalançar as potenciais ameaças. "Já enfrentamos ameaças antes", explicou.

"Não nos enfrentaremos nem erodiremos nossos valores", acrescentou. Também advertiu, como já havia feito repetidamente, que a retórica de Trump favorece os extremistas, "que buscam que isso se converta em uma guerra contra o Islã".

A ex-chefe da diplomacia americana lembra frequentemente aos seus interlocutores que ela estava na sala de crise com o presidente Barack Obama durante a operação secreta contra Osama Bin Laden em 2011, e denuncia o caráter impulsivo de seu rival.

Depois de permanecer durante uma semana em um discreto segundo plano devido a uma pneumonia, Hillary é aguardada nesta segunda-feira para um comício na Filadélfia, onde pronunciará um discurso sobre a juventude. Trump, por sua vez, participará de um ato público na Flórida.

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristasCelebridadesDonald TrumpEleições americanasEmpresáriosHillary ClintonPolíticosTerrorismo

Mais de Mundo

Rússia diz que EUA agiram como 'mestres de marionetes' nos acontecimentos na Síria

CPI: inflação dos EUA tem leve aceleração e vai a 2,7% no acumulado de 12 meses

Biden avalia novas sanções contra o petróleo da Rússia, diz Bloomberg

Assembleia Geral da ONU vota cessar-fogo 'incondicional' em Gaza