China anuncia prisão de espião dos EUA que atuava para a CIA
Suspeito é um ex-funcionário de um grupo industrial militar que, supostamente, passava informações confidenciais ao governo americano
Agência de notícias
Publicado em 11 de agosto de 2023 às 16h29.
Última atualização em 11 de agosto de 2023 às 16h44.
A China prendeu um funcionário chinês de um grupo industrial militar sob a acusação de que o trabalhador estava espionando o governo chinês para a CIA, segundo declarações de autoridades de segurança do país asiático nesta sexta-feira, 11, acrescentando à lista de acusações públicas de espionagem entre Pequim e Washington.
O Ministério da Segurança do Estado chinês, a agência de espionagem civil do país, afirmou em comunicado que umtrabalhador industrial militar de sobrenome Zeng, de 52 anos, estava fornecendo informações à CIA em troca de dinheiro e a promessa de que o informante poderia morar nos Estados Unidos. O informante também supostamente recebeu treinamento para realizar as tarefas desejadas pela CIA.
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O suspeito de 52 anos havia sido enviado para a Itália para estudar por seu empregador. No país europeu ele conheceu "um funcionário da embaixada dos EUA", que mais tarde se revelou um agente da CIA quando a relação entre os dois ficou mais próxima, segundo o ministério.
Um comunicado divulgado na página da rede social WeChat do ministério afirmou que os Estados Unidos aproveitaram a oportunidade para "doutrinar" Zeng com "valores ocidentais". "Depois de terminar o seu período de estudos no exterior, Zeng voltou para a China e continuou a ter várias reuniões secretas com os agentes da CIA, fornecendo uma grande quantidade de informações importantes", completou o ministério.
O Ministério de Segurança do Estado da China supervisiona as atividades de inteligência de Pequim. No mês passado, a China revisou a sua lei de contraespionagem, expandindo ainda mais o conceito do que o país considera como espionagem.
Outros episódios
O anúncio é o episódio mais recente de uma série de acusações públicas de espionagem entre Washington e Pequim. Na semana passada, os EUA prenderam dois militares da Marinha dos EUA acusados de fornecer segredos militares à China.
As relações entre a China e os EUA caíram para seu nível mais baixo. Em fevereiro, os EUA abateram um balão chinês acusado por Washington de realizar atividades de espionagem no território americano. O Ministério das Relações Exteriores da China repudiou a derrubada do balão.
O conflito entre os dois países também foi acentuado pela visita da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, aos Estados Unidos em abril. A política se reuniu com o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, o republicano Kevin McCarthy no Estado da Califórnia.
Em resposta, Pequim realizou diversos exercícios militares em regiões próximas a Taiwan. A China considera a ilha com governo democrático e autônomo como uma província rebelde que faz parte de seu território, e se diz disposta a recuperá-la, inclusive pela força, se necessário.
Em abril, os EUA prenderam dois homens suspeitos de montarem uma suposta estação da polícia chinesa em Nova York com o objetivo de vigiar e assediar dissidentes que vivem nos EUA.
Xi Jinping pediu estabilidade após visita de Blinken
Apesar dos incidentes que prejudicaram os contatos diplomáticos entre os dois países, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, em junho na capital chinesa. Após a reunião, Xi Jinping elogiou o encontro pelo progresso em algumas questões.
O mandatário chinês destacou que os dois países devem basear a relação "no respeito mútuo e na sinceridade". "Espero que através desta visita, Sr. Secretário, você faça contribuições mais positivas para estabilizar as relações entre China e Estados Unidos", declarou.
Por sua vez, Blinken disse ao líder chinês que o governo americano estava comprometido em melhorar as relações diplomáticas entre Pequim e Washington, de acordo com uma declaração do Departamento de Estado. "É do interesse dos Estados Unidos, da China e de todo o mundo", afirmou.
Blinken é o mais alto funcionário dos Estados Unidos a visitar a China desde que o presidente Joe Biden assumiu o cargo.