O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, participa da 61ª Conferência de Segurança de Munique (MSC), em Munique, sul da Alemanha, em 14 de fevereiro de 2025. (Foto de Michaela STACHE / AFP) (Foto de MICHAELA STACHE/AFP via Getty Images) (MICHAELA STACHE/AFP/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 07h09.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se reuniu no sábado com o enviado especial do Brasil à Conferência de Segurança de Munique, Celso Amorim, com quem concordou em defender o compromisso de seus países em acabar com a guerra na Ucrânia.
Wang e Amorim, na qualidade de enviado especial do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se encontraram durante a Conferência, onde reafirmaram a boa saúde das relações bilaterais, informou hoje a Chancelaria chinesa em um comunicado.
Ambos os países destacaram o trabalho da plataforma “Amigos da Paz”, criada por seus países dentro da ONU para explorar soluções pacíficas alternativas para a guerra na Ucrânia, e se comprometeram a desempenhar um papel construtivo na obtenção de uma solução política.
China e Brasil têm pressionado para que os países em desenvolvimento participem de um plano de paz de seis pontos que apresentaram em 2024, que prevê que a guerra na Ucrânia seja uma "crise", pede "nenhuma escalada ou provocação de nenhuma das partes" e pede uma conferência internacional de paz por meio de "debate justo".
A iniciativa, no entanto, foi recebida com ceticismo por muitos países ocidentais e pela própria Ucrânia, principalmente devido à ambiguidade demonstrada por Pequim desde o início do conflito e seu apoio tácito a Moscou.
Wang enfatizou que seu país está disposto a trabalhar com o Brasil para continuar a cooperação, “praticar o verdadeiro multilateralismo, defender o papel fundamental das Nações Unidas e salvaguardar os direitos e interesses legítimos dos países do Sul Global”.
Enquanto isso, Celso Amorim disse ao diplomata chinês que o Brasil está aberto a continuar trabalhando com o gigante asiático para “defender a Justiça internacional”.
Wang e Amorim também concordaram em aprofundar a cooperação na América Latina e dentro da comunidade BRICS de economias emergentes, cuja presidência rotativa foi assumida pelo Brasil neste ano.
A cúpula de chefes de Estado do BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, acontecerá no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho.
Além dos países fundadores, nos últimos anos se juntaram ao bloco, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã, Indonésia e Arábia Saudita, como membros plenos, e Bolívia, Cuba, Belarus, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Nigéria se juntaram recentemente como Estados associados.