Brasil bate recordes de compra de combustíveis da Rússia
As importações brasileiras de derivados de petróleo da Rússia devem saltar 25% este mês em relação a julho, para cerca de 235.000 barris por dia, mostram dados da Kpler
Agência de notícias
Publicado em 17 de agosto de 2023 às 14h51.
Última atualização em 17 de agosto de 2023 às 14h52.
O Brasil acelerou para níveis recordes as compras de combustível da Rússia, que se consolida como principal fornecedor do país à medida que Moscou estabelece novos mercados após o veto da União Europeia.
As importações brasileiras de derivados de petróleo da Rússia devem saltar 25% este mês em relação a julho, para cerca de 235.000 barris por dia, mostram dados da Kpler. Isso supera de longe os EUA, que costumavam ser o principal fornecedor externo de combustível para o Brasil.
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O Brasil começou a aumentar acentuadamente as compras em fevereiro, mês em que a UE proibiu as importações dos combustíveis russos. Os EUA e seus aliados tentam limitar o fluxo de petrodólares para a Rússia para reduzir o financiamento da guerra que o país trava na Ucrânia. As medidas reduziram os preços dos combustíveis russos, que precisam ter preços atraentes para competir por novos mercados.
“Obter barris com desconto é um benefício financeiro” para o Brasil, onde o governo está sempre sob pressão para reduzir o custo dos combustíveis, disse Viktor Katona, principal analista de petróleo da Kpler.
G7 e a UE
O G7 e a UE também impuseram um teto global de preço sobre os produtos russos comercializado por empresas de seus países, que é de US$ 100 o barril para os principais derivados, como diesel, e de US$ 45 para os mais baratos, como lubrificantes.
Sob o sistema, as empresas dos países do G7 podem transportar os embarques russos apenas se as cargas custarem menos do que esses preços. Katona estima que a compra de diesel russo reduziu os preços do combustível importado pelo Brasil em US$ 10 a US$ 15 o barril.
Desde que o limite entrou em vigor, o Brasil se tornou o segundo maior comprador de diesel russo no mundo, atrás apenas da Turquia, de acordo com a Kpler. No campo diplomático, o Brasil tenta assumir posição neutra sobre quem é o culpado pela guerra.
Desde junho, a Rússia também começou a fornecer gasolina ao Brasil, embora em escala muito menor, e é possível que os embarques de nafta também aumentem, segundo a Kpler.
“O Brasil é o maior mercado latino-americano, então as refinarias russas estão focadas no fornecimento para o país”, disse Katona. “Mesmo as empresas brasileiras admitem que a compra de diesel russo cria uma vantagem competitiva, então acho que continuará avançando.”