Bolívia enfrenta devastação devido às chuvas, com mais de 50 mortos e milhares de famílias afetadas (Ueslei Marcelino/Reuters)
Agência de Notícias
Publicado em 26 de março de 2025 às 16h05.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, declarou nesta quarta-feira, 26 de março, "emergência nacional" devido às chuvas intensas que já causaram 51 mortos e afetaram 378.885 famílias com inundações e deslizamentos de terra desde novembro de 2024.
“Esses desastres naturais estão nos obrigando a declarar uma emergência nacional”, afirmou Arce, destacando a magnitude da situação, que não era registrada há mais de 40 anos. A declaração de “emergência nacional” permitirá ao governo fazer "compras por exceção", administrar financiamento externo e mobilizar recursos técnicos, logísticos e econômicos nas regiões afetadas.
Arce revelou que 209 municípios de mais de 300 foram afetados, com 2.506 casas danificadas e 818 casas destruídas. Além disso, vários centros educacionais em Beni não têm condições de receber alunos devido aos danos causados pelas inundações.
Mais de 4.000 militares foram enviados às regiões mais atingidas pelas chuvas, e 234 toneladas de ajuda humanitária foram distribuídas, incluindo brigadas médicas móveis e programas de saúde.
As chuvas afetaram diferentes regiões da Bolívia de maneiras distintas. Na cidade de La Paz, no oeste do país, houve transbordamentos contínuos de rios e deslizamentos de terra, deixando dezenas de casas com danos graves. Em comunidades indígenas no altiplano, houve inundações que destruíram plantações de batata e quinoa, além de perda de animais.
Na Amazônia, mais de 2.000 famílias foram afetadas pelas inundações devido ao transbordamento do rio Beni, fazendo com que os habitantes precisassem viajar de barco e improvisar acampamentos à beira da estrada enquanto aguardam o recuo das águas. A escassez de água potável também se agravou na região devido à contaminação dos poços comunitários e à destruição das plantações de milho, mandioca, banana e arroz.
Várias rodovias e pontes foram danificadas pela cheia dos rios e deslizamentos de terra, afetando os acessos a La Paz e Cochabamba. Na última semana, o Senado da Bolívia aprovou um crédito de US$ 75 milhões do Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe para atender às emergências causadas pelos desastres naturais, incluindo chuvas e inundações.
As chuvas devem continuar até o início de abril, e várias regiões da Bolívia estão em alerta vermelho devido à possível elevação do nível dos rios. A região de Santa Cruz, a maior do país, tem enfrentado fortes chuvas desde segunda-feira, com várias ruas e casas inundadas.