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Autor do massacre de Dallas planejava ataque maior

O autor do massacre que matou cinco policiais em Dallas, no Texas, planejava um ataque maior para "fazer os agentes pagarem" pela violência contra as minorias.


	Protesto contra a morte de jovens negros por policiais brancos termina com cinco agentes da polícia mortos
 (Dallas Police Department/via Reuters)

Protesto contra a morte de jovens negros por policiais brancos termina com cinco agentes da polícia mortos (Dallas Police Department/via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2016 às 14h52.

Washington - O autor do massacre que matou cinco policiais em Dallas, no Texas, planejava um ataque de maiores proporções para "fazer os agentes pagarem" pela violência contra as minorias, revelou neste domingo o chefe de polícia local, David Brown, em entrevista à emissora "CNN".

"Nossa inspeção na casa do suspeito nos leva a crer, com base nos materiais para a fabricação de bombas e o diário que encontramos, que ele praticava detonações e que tinha material suficiente para causar efeitos devastadores em nossa cidade e em nossa área do norte do Texas", afirmou.

Os investigadores estão "convencidos" de que o agressor, Micah Xavier Johnson, "tinha outros planos e pensava que estava fazendo o certo ao fazer os agentes pagarem pelo que via como esforços policiais para castigar os negros".

A polícia trabalha sobre a teoria de que o agressor tinha planejado atacar as forças de segurança antes das mortes de dois homens negros por agentes brancos na Louisiana e em Minnesota no início desta semana, que geraram o protesto de Dallas e outros em várias cidades do país.

"Acreditamos que essas mortes só geraram seu delírio para acelerar seus planos e ele viu o protesto de Dallas como uma oportunidade de começar a semear o caos entre nossos agentes", afirmou Brown.

A equipe de investigação ainda não conseguiu determinar se Johnson atuou sozinho ou teve cúmplices, mas confirmou que não tinha antecedentes penais, apenas uma denúncia por abuso sexual dentro do exército.

Após revistar o diário com táticas de combate que foi encontrado na residência do agressor, os agentes concluíram que "obviamente ele tinha algum tipo de delírio".

"Havia partes um pouco confusas que são difíceis de decifrar. Só posso acrescentar que, na parede do lugar onde morreu ele escreveu as letras 'RB' com o próprio sangue. O que nos leva a crer que estava ferido quando subia ao segundo andar do edifício, e onde explodimos a bomba havia mais letras escritas com seu sangue", acrescentou o chefe de polícia.

Brown também confirmou que, durante as negociações com os agentes, Johnson disse que só queria falar com um policial negro, vazamento de informação que o chefe de polícia pediu que não se repetisse porque atrapalha a investigação em andamento.

Johnson "parecia estar muito no controle da situação" quando negociava com os agentes e "determinado a seguir causando mais prejuízo", explicou Brown.

O chefe de polícia também defendeu sua decisão de enviar um robô com uma bomba ao estacionamento onde estava o agressor estava escondido para dar fim à situação e evitar que ferisse mais agentes e civis.

"Tínhamos que fazer tudo o que estava em nossas mãos para evitar mais danos. Eu voltaria a usar o robô se tivesse que fazê-lo. As críticas são feitas na comodidade e na segurança, e não no local", afirmou Brown.

Esta é a primeira vez que se usa um robô com bomba, um recurso raro fora das zonas de combate, para matar uma pessoa nos Estados Unidos. 

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