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Vice de Obama é a aposta democrata contra Trump

Além do antigo vice-presidente de Obama, partido Democrata tem mais 20 candidatos concorrendo nas primárias das eleições norte-americanas

Joe Biden: depois de passar pela Pensilvânia e Carolina do Sul, político de 76 anos faz campanha em New Hampshire nesta semana (Jonathan Ernst/Reuters)

Joe Biden: depois de passar pela Pensilvânia e Carolina do Sul, político de 76 anos faz campanha em New Hampshire nesta semana (Jonathan Ernst/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2019 às 06h55.

Última atualização em 13 de maio de 2019 às 12h25.

Indo contra a tendência de renovação política, a melhor chance dos democratas vencerem as eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos é Joe Biden, político de 76 anos que foi vice-presidente no governo de Barack Obama. No começo desta semana, o pré-candidato do partido segue sua agenda de campanha e viaja pelo estado de New Hampshire para vender seus planos de derrotar o atual presidente Donald Trump.

Desde que anunciou sua candidatura no dia 25 de abril, Biden assumiu a liderança entre os 21 pré-candidatos democratas graças a boa fama por ter sido vice de Obama. Segundo pesquisa da Change Research divulgada no último domingo, 12, o político tem apoio de 46% do eleitorado democrata, enquanto o segundo colocado, o senador Bernie Sanders (mais à esquerda que Biden e também pré-candidato em 2016), conseguiu somente 15% das intenções de voto.

Por ora, a agenda de Biden tem focado em pequenas cidades negligenciadas pelos democratas em 2016, onde o atual presidente conquistou a maioria dos votos. A primeira ação da pré-campanha, no dia 29 de abril, foi em Pittsburgh, na Pensilvânia, estado que garantiu a vitória de Trump em 2016. O ex-vice aproveitou-se de sua origem modesta para se aproximar dos trabalhadores comuns de classe média, a quem se referiu como “espinha dorsal da América”.

Trump não se mostra indiferente a Biden. Na última semana, após uma piora nas negociações comerciais com os chineses, o presidente escreveu em seu perfil no Twitter que a razão pela qual a China voltou atrás no acordo foi a “esperança sincera de que eles pudessem negociar no futuro com Joe Biden ou um democrata fraco, para assim continuar a roubar os Estados Unidos por anos”. Na sequência, Trump provocou: “Adivinhem só, isso não vai acontecer”.

Há grandes chances de que ele esteja certo. Apesar das polêmicas políticas contínuas, Trump deve ser o candidato pelo partido Republicano à reeleição, já que seu único concorrente é William F. Weld, o moderado ex-governador de Massachusetts. Se for nomeado, os números fortes da economia norte-americana tendem a empurrá-lo em direção a um segundo mandato de quatro anos na Casa Branca. O desemprego no país está perto de 4% (considerado zero por economistas) há anos, enquanto o crescimento do PIB passou de 4% no último trimestre.

Na disputa com Biden, os democratas têm, além de Bernie Sanders, pré-candidatos como a também senadora Elizabeth Warren, apoiadora de Sanders em 2016. Há ainda Beto O’Rourke, empresário e ex-deputado que conseguiu a proeza de quase ser eleito senador pelo conservador Texas (e que alguns consideram possível sucessor de Obama). São nomes que, assim como Sanders, apelam à colcha de retalhos que se tornou a base democrata, em meio a movimentos como o feminista #MeToo, pautas imigratórias e de direitos humanos.

A Biden, o retrato da tradição e da “velha política” do partido, caberá o desafio provar que, do auge de seus 76 anos, pode ser a melhor aposta contra Trump.

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