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Após Lula, Biden e Petro dizem apoiar novas eleições na Venezuela

Presidente americano respalda sugestão defendida pelo presidente Lula e pelo presidente colombiano, Gustavo Petro, que lideram mediação em Caracas

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos (Evan Vucci / POOL / AFP/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 15 de agosto de 2024 às 16h25.

Última atualização em 15 de agosto de 2024 às 17h20.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira que apoia a ideia de novas eleições na Venezuela, unindo-se ao presidente Lula e ao presidente da Colômbia, Gustavo Petro que, além de defender a ideia, tentam mediar a crise em Caracas e abrir um canal de comunicação entre o presidente Nicolás Maduro e a oposição, liderada por María Corina Machado.

Perguntado por um repórter no Jardim Sul da Casa Branca se apoiava a realização de novas eleições na Venezuela, Biden respondeu: "Eu apoio".

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No dia anterior, a Casa Branca afirmou que era "claro" que o candidato da oposição, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, "obteve a maioria dos votos", instando Maduro a reconhecer a derrota. Através da porta-voz Karine Jean-Pierre, a Casa Branca também destacou o relatório preliminar divulgado pelo painel de especialistas da ONU na terça-feira, que concluiu que a votação não cumpriu medidas básicas de transparência.

Além disso, ao longo das últimas semanas, algumas autoridades americanas também defenderam a vitória de González Urrutia nas urnas, como o subsecretário americano para o Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, e o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Posições de Lula e Petro

Horas antes da declaração do democrata, o presidente Lula, e o mandatário colombiano, Gustavo Petro, sugeriram, em declarações separadas nesta quinta-feira, que a realização de "novas eleições livres" ou uma coalizão entre o governo de Maduro e a oposição são possíveis saídas para a crise na Venezuela.

Em entrevista, Lula afirmou que, se Maduro tivesse "bom senso", ele poderia convocar novas eleições no país. Esta foi a primeira vez que o líder brasileiro falou abertamente sobre a proposta, apresentada de maneira informal pelo assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim.

— Maduro tem seis meses do [ atual ] mandato ainda. Se tiver bom senso, poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário em que participe todo mundo e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro — afirmou Lula.

Quase em paralelo à declaração do presidente americano, Gustavo Petro fez eco ao homólogo brasileiro e pediu "novas eleições livres" na Venezuela. Em uma publicação no X, o presidente colombiano fez uma lista de sugestões para resolver a crise política na Venezuela por causa das denúncias de fraude da oposição. Entre as suas propostas, mencionou a "suspensão de todas as sanções econômicas" e "garantias totais para a ação política".

"Levantamento de todas as sanções contra a Venezuela. Anistia geral nacional e internacional. Garantias totais para a ação política. Governo transitório de coabitação. Novas eleições livres", listou Petro em uma publicação no X.

Ao defender um governo de coalizão, Petro citou como exemplo a Frente Nacional Colombiana, um pacto firmado entre os partidos Liberal e Conservador que pôs fim ao regime do general Gustavo Rojas Pinilla, que tentava se perpetuar no poder depois de liderar um golpe de Estado em 1953. O acordo vigorou entre 1958 a 1974 e tinha como princípios a alternância na Presidência e a distribuição igualitária entre as forças nos Três Poderes.

"Uma solução política para a Venezuela que traga paz e prosperidade ao seu povo depende de Nicolás Maduro. A experiência da Frente Nacional Colombiana é uma experiência que, se usada temporariamente, pode ajudar a trazer uma solução definitiva", escreveu.

Campanha eleitoral dos candidatos à presidência da Venezuela

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