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Evento de Trump pode ter espalhado coronavírus em Tulsa, dizem autoridades

O mesmo evento de campanha do presidente na cidade, em 20 de junho, já tinha ganhado os holofotes ao ser "esvaziado" por jovens do TikTok

Comício em Tulsa: cidade registrou mais de 200 casos diários nesta semana, ante menos de 100 antes do evento (Win McNamee/Getty Images)
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AFP

Publicado em 9 de julho de 2020 às 07h21.

Última atualização em 9 de julho de 2020 às 13h27.

O número de casos de covid-19 em Tulsa, no sul de Oklahoma, aumentou pouco mais de duas semanas depois que o presidente Donald Trump realizou um comício eleitoral na cidade, informou na quarta-feira a autoridade de saúde local.

Quando perguntado se essa explosão de casos foi provocada pelo evento da campanha de Trump em 20 de junho, o diretor de saúde de Tulsa, Bruce Dart, disse que estava "mais do que provável" ligado a "vários eventos importantes que ocorreram recentemente na duas semanas."

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Depois que o número de diagnósticos positivos diminuiu 20% entre a semana de 28 de junho e 4 de julho, o Departamento de Saúde de Tulsa registrou mais de 200 novos casos diariamente desde segunda-feira, chegando a 266 na quarta. Antes do evento, a contagem estava abaixo de 100 casos.

Milhares de apoiadores do presidente participaram desse comício, o primeiro desde o início da pandemia, que ocorreu em um estádio.

O evento chamou a atenção por contar com uma multidão em um local fechado, sem distanciamento social e relutante em usar máscaras. O próprio presidente Donald Trump vem fazendo declarações públicas contra o uso da proteção.

Ainda assim, a presença foi inclusive menor do que a esperada pela campanha de Trump, que planejava um ginásio mais cheio. O local tinha capacidade para 19.000 pessoas, mas pouco mais de 6.000 compareceram.

Parte do esvaziamento foi creditado a uma ação de jovens no aplicativo de vídeos TikTok, que teriam recomendado aos colegas que se cadastrassem online e confirmassem presença no evento, mas não comparecessem no dia.

A campanha de Trump chegou a afirmar, dias antes do evento, que teve 1 milhão de inscritos para participar. Jornais americanos apontam que o presidente teria ficado furioso com o esvaziamento do local.

No dia do evento, os organizadores mediram a temperatura na entrada do público e distribuíram máscaras, cujo uso não era obrigatório. E as imagens mostraram uma esmagadora maioria do público com o rosto descoberto.

Vários membros da própria equipe de campanha republicana testaram positivo para covid-19 antes e depois do comício de Tulsa, assim como vários agentes do Serviço Secreto, responsáveis pela segurança do presidente.

Milhares de pessoas também haviam participado das celebrações do "Juneteenth" (19 de julho, em inglês) em Tulsa no dia anterior, data da libertação dos últimos escravos no Texas em 1865, em meio à onda de protestos pela morte do homem negro George Floyd por um policial branco.

Um jornalista da AFP presente no ato aponta que, na celebração da libertação dos escravos, os participantes usaram máscaras e mantiveram a distância social necessária. A passeata aconteceu ao ar livre.

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