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Anistia Internacional aponta 208 mortos em protestos no Irã; governo nega

Governo do Irã afirmou que os dados falsos sobre as mortes em protestos são divulgados por "grupos hostis"

Protestos: "São números fabricados, são mentiras", afirmou o governo do Irã (Nazanin Tabatabaee/WANA/Reuters)

Protestos: "São números fabricados, são mentiras", afirmou o governo do Irã (Nazanin Tabatabaee/WANA/Reuters)

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AFP

Publicado em 3 de dezembro de 2019 às 13h51.

O Poder Judiciário do Irã chamou de "mentiras absolutas" os números de vítimas nos protestos de novembro no Irã contra o aumento da gasolina, que foram publicados, segundo Teerã, por "grupos hostis".

"Anuncio explicitamente que os números e dados divulgados por grupos hostis são mentiras e que as estatísticas têm sérias divergências com o que anunciaram", disse o porta-voz do Poder Judiciário, Gholamhossein Esmaili.

"São números fabricados, são mentiras", completou. O porta-voz afirmou que as listas incluem "nomes de pessoas que estão vivas e de outras que faleceram de causas naturais".

A organização Anistia Internacional divulgou na segunda-feira um balanço atualizado, que menciona pelo menos 208 mortos nos protestos no Irã.

"O balanço real da repressão é aparentemente superior a 208 mortos", afirmou a ONG, ao destacar que os números são baseados em "informações confiáveis".

Em 29 de novembro, a AI anunciou um balanço de 161 mortos no Irã.

As autoridades iranianas confirmaram as mortes de apenas cinco pessoas (quatro membros das forças de segurança e um civil) e mais de 500 detenções.

Os protestos começaram em 15 de novembro, após o anúncio do aumento do preço da gasolina, e rapidamente atingiram várias cidades do país. As manifestações foram acompanhadas por incêndios e ataques a delegacias, postos de gasolina, centros comerciais, mesquitas e sedes de organismos públicos.

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