Mundo

Alemanha antecipa eleições legislativas para fevereiro após colapso da coalizão de Scholz

Ruptura entre sociais-democratase liberais do partido FDP aconteceu na semana passada

O chanceler alemão Olaf Scholz (E) e o presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, durante evento em Berlim, em 7 de novembro de 2024 (AFP)

O chanceler alemão Olaf Scholz (E) e o presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, durante evento em Berlim, em 7 de novembro de 2024 (AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 12 de novembro de 2024 às 10h25.

Última atualização em 12 de novembro de 2024 às 10h34.

Tudo sobreAlemanha
Saiba mais

A Alemanha terá eleições legislativas antecipadas em 23 de fevereiro de 2025, após o colapso da coalizão de governo de Olaf Scholz na semana passada. Após vários dias de disputa, a data foi decidida em um acordo com o principal partido de oposição, os conservadores da CDU/CSU, informaram à AFP nesta terça-feira, 12, fontes do partido governante.

Segundo outra fonte, Scholz apresentará uma moção de confiança ao Bundestag, a Câmara Baixa do Parlamento, em 16 de dezembro. A votação dos deputados acontecerá no dia 18.

A maior economia da Europa enfrenta uma crise política desde a ruptura, na quarta-feira da semana passada, do governo de coalizão formado pelos social-democratas de Scholz, os Verdes e os liberais do partido FDP, que comandava o país desde o final de 2021.

O abalo acontece no pior momento possível para a principal economia do continente, que enfrenta uma grave crise industrial e a preocupação com as consequências que o retorno de Donald Trump à Casa Branca terão para seu comércio e segurança.

Scholz, que atualmente lidera um governo minoritário com os Verdes, cogitava inicialmente um voto de confiança em 15 de janeiro e eleições em março.

Contudo, pressionado por todos os lados para acelerar o ritmo, o chefe de Governo impopular atribuiu a tarefa de definir a data nas mãos dos grupos parlamentares dos conservadores da CDU/CSU, o principal partido da oposição, e de seu partido social-democrata SPD.

Conservadores favoritos

Como não tem mais a maioria parlamentar, há uma grande chance de Scholz perder a votação no Bundestag.

A implosão do governo tripartite aconteceu depois que Scholz demitiu o ministro das finanças, o liberal Christian Lindner, devido às profundas divergências sobre política econômica, o que provocou a saída da maioria dos ministros do FDP.

A crise é uma consequência de meses de disputas entre os três partidos do governo sobre a política econômica que deve ser adotada, acentuadas durante a preparação do orçamento de 2025, que deve ser concluído em novembro.

As pesquisas indicam que a oposição conservadora venceria com mais de 30% dos votos e que seu líder, Friedrich Merz, seria o favorito para assumir o posto de chefe de Governo.

Mas ele encontraria dificuldades para formar uma maioria no Bundestag, onde, também de acordo com as pesquisas, o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha seria a segunda maior bancada.

Apesar de sua impopularidade, Scholz pretende liderar a campanha do SPD.

As rupturas de coalizões de governo não são comuns na Alemanha. Scholz desejava manter a coalizão até as próximas legislativas, programadas inicialmente para 28 de setembro de 2025.

Mas as divergências políticas sobre a economia e a imigração, assim como as disputas pessoais, minaram sua equipe de governo nos últimos meses.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaEuropa

Mais de Mundo

Netanyahu oferece quase R$ 30 milhões por cada refém libertado que permanece em Gaza

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil