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24 grandes empresas anunciam plano a favor do meio ambiente

Elas pedem práticas de negócios mais sustentáveis na Rio+20

Centro de distribuição da Kimberly, em São Paulo: empresa, por exemplo, irá reduzir seus recursos florestais em 50 por cento e usar em vez deles fibras alternativas até 2025 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Centro de distribuição da Kimberly, em São Paulo: empresa, por exemplo, irá reduzir seus recursos florestais em 50 por cento e usar em vez deles fibras alternativas até 2025 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2012 às 16h01.

Rio de Janeiro - Vinte e quatro das maiores empresas do mundo, com ativos de quase um trilhão de dólares, anunciaram ontem na Rio+20 um plano para colocar um valor nos recursos mais valiosos do planeta. Companhias como Dow Chemical, General Motors, Kimberly-Clark, Marriott e Xerox juntaram forças para declarar que a governança mais cuidadosa dos recursos naturais é um imperativo necessário e estratégico.

Lideradas pelo Corporate Eco Forum e The Nature Conservancy (TNC), estas 24 empresas estão desenvolvendo uma metodologia para colocar valor nas florestas, água e sistemas marinhos. Os defensores das práticas de negócios mais sustentáveis vêm afirmando há tempos que uma razão para convencer o setor privado de que adotar a sustentabilidade como parte central de suas estratégias é um desafio é que os recursos naturais básicos são subvalorizados.

Designar um valor para eles, no entanto, vinha sendo uma coisa problemática. Em um relatório intitulado O Novo Imperativo dos Negócios: Colocando um Valor no Capital Natural, estas empresas descrevem o que estão fazendo para priorizar os ecossistemas em planejamento e investimentos que irão reduzir riscos, cortar custos, fortalecer o valor de marcas e alimentar o crescimento sustentável a longo prazo.

Para M.R. Rangaswami, um ex-executivo de software, investidor do Silicon Valley e fundador do Corporate Eco Forum, o anúncio é resultado de um trabalho de seis anos. Rangaswami fundou o Forum com o objetivo de dar a altos executivos das 500 maiores empresas globais um local para partilharem ideias sobre como incorporar ecossistemas em seus processos de decisão.

Em uma entrevista antes de deixar a Rio+20, ele disse: “Eu entendo há muito tempo o valor da sustentabilidade, e percebi que tinha três opções: primeiro, eu podia apenas comprar produtos verdes e contratar o Greenpeace para advogar práticas mais responsáveis. Segundo, eu poderia focar em políticas públicas. E terceiro, trabalhar com as empresas mundiais líderes e empurrá-las para a frente. Eu escolhi a terceira opção.”


Rangaswami sabia que algumas organizações que trabalham com desafios de sustentabilidade vinham fazendo um bom trabalho, mas não existia um local seguro onde executivos das maiores companhias pudessem falar uns com os outros e aprender com seus parceiros.

Por isto, Rangaswami lançou o Corporate Eco Forum inicialmente com 30 empresas. A cada ano cinco ou seis se juntam a ele, e elas organizam diversos encontros no ano para discutir maneiras como o setor privado pode trabalhar na questão. Tais encontros são feitos sem qualquer organização patrocinadora ou jornalistas, para assegurar uma “zona segura” na qual líderes possam desafiar uns aos outros a achar soluções pragmáticas para os crescentes desafios ambientais, que já estão começando a afetar os resultados destas companhias.

Os resultados têm sido relações de trabalho entre ONGs e empresas líderes, o que a princípio parecia um contrasenso. A cooperação entre TNC e Dow Chemical, por exemplo, levou no ano passado a um acordo que pretende criar ferramentas de práticas de negócios que possam avaliar o valor da natureza. E nesta semana no Brasil outras empresas irão anunciar mudanças radicais de seus modelos estratégicos e práticas de negócios.

A Kimberly-Clark, por exemplo, irá reduzir seus recursos florestais em 50 por cento e usar em vez deles fibras alternativas até 2025. Mais anúncios virão de diversas empresas, que incluem as mais “verdes” Nike, Unilever e Patagonia, e aquelas mais criticadas pelos ambientalistas, como Clorox, Coca-Cola e Duke Energy, segundo o Triple Pundit.

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