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A doação em vida afeta diretamente a herança, pois o imóvel doado já é contabilizado como parte do patrimônio (EyeEm/Getty Images)
Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 16h59.
A doação de imóveis em vida é uma estratégia bastante utilizada no planejamento sucessório, pois pode ajudar a evitar conflitos familiares e agilizar o processo de partilha de bens. No entanto, é essencial entender como essa decisão pode impactar a herança no futuro, tanto do ponto de vista legal quanto financeiro. Veja abaixo os principais aspectos que você precisa considerar antes de optar por esse caminho.
A doação de imóveis em vida é um ato no qual o proprietário transfere a titularidade de um imóvel para outra pessoa, como filhos ou outros herdeiros, enquanto ainda está vivo. Essa transferência deve ser formalizada por meio de um contrato registrado em cartório e, em muitos casos, inclui cláusulas específicas, como a reserva de usufruto, que permite ao doador continuar utilizando o imóvel.
A doação em vida afeta diretamente a herança, pois o imóvel doado já é contabilizado como parte do patrimônio que seria distribuído no inventário. Segundo a legislação brasileira, a doação deve respeitar a legítima, ou seja, a parte da herança reservada por lei aos herdeiros necessários, como filhos, cônjuge e pais. Assim, o imóvel doado em vida será considerado na divisão do patrimônio no momento da sucessão.
Exemplo: Se uma pessoa tem dois filhos e doa um imóvel para um deles, o valor desse imóvel será contabilizado no total da herança para garantir que o outro filho também receba sua parte legítima.
A doação de imóveis em vida está sujeita ao Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), cuja alíquota varia de estado para estado. Esse imposto pode ser um custo considerável, e sua incidência deve ser analisada antes de realizar a doação. Além disso, é importante considerar os custos de registro em cartório e eventuais taxas.
Em alguns casos, pode ser mais vantajoso optar pela doação do imóvel em vida, pois o ITCMD tende a ser menor do que os custos envolvidos em um processo de inventário.
Ao realizar a doação, é possível incluir cláusulas que ajudam a proteger o patrimônio. Algumas das mais comuns são:
Embora a doação de imóveis em vida traga vantagens, também apresenta riscos que precisam ser avaliados. Entre eles estão:
Para que a doação de imóveis em vida seja feita de maneira eficiente e sem prejuízo para os herdeiros, é essencial:
A doação de imóveis em vida é uma estratégia que pode simplificar o planejamento sucessório e evitar conflitos familiares, mas exige cuidado para garantir que todos os herdeiros sejam tratados de forma justa e que as implicações legais sejam bem compreendidas. Antes de tomar qualquer decisão, avalie os custos, impostos e os impactos no patrimônio e consulte um especialista para garantir que tudo seja feito de forma segura e eficiente.
A partilha de bens leva em conta o modelo de casamento do falecido, se houver, e também os herdeiros legítimos e testamentários da herança
Em alguns casos, a doação com usufruto pode proteger os bens do doador de possíveis credores
Em muitos casos, é recomendado que o herdeiro busque o auxílio de um advogado especializado em direito imobiliário
Como a modalidade se enquadra no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), não é possível a utilização dos recursos do FGTS