Marca "Kimono", de Kim Kardashian, provoca debate entre EUA e Japão
Marca da celebridade Kim Kardashian causou polêmica ao adotar nome de vestimenta japonesa, o que fez a empresária mudar de ideia
Reuters
Publicado em 2 de julho de 2019 às 16h09.
Última atualização em 2 de julho de 2019 às 16h37.
Tóquio — O Japão enviará autoridades de patentes aos Estados Unidos para debater a polêmica a respeito da marca de roupa íntima "Kimono", da celebridade Kim Kardashian , disse o ministro do Comércio japonês nesta terça-feira.
Na segunda-feira, a estrela de reality show e empresária disse que rebatizará sua linha de modeladores porque japoneses disseram que seu uso do termo é desrespeitoso.
O ministro do Comércio, Hiroshige Seko, disse estar ciente da decisão de Kim, mas que ainda quer "um exame cuidadoso" da questão. "Isso se tornou um grande assunto nas redes sociais", disse Seko durante uma coletiva de imprensa de rotina em Tóquio, acrescentando que questões de marca registrada estão sob sua jurisdição
"O kimono é visto em todo o mundo como uma parte distinta de nossa cultura", explicou. "Mesmo na América, sabe-se bem que o kimono é japonês". Kim disse que anunciou os produtos Kimono em junho "com as melhores intenções em mente" e que valoriza as respostas que recebeu.
"Minhas marcas e produtos são criados com inclusividade e diversidade em seu cerne, e depois de refletir cuidadosamente, lançarei minha marca Solutionwear com um novo nome", tuitou.
Em japonês, kimono significa "coisa que é vestida" e se refere a túnicas de corpo inteiro usadas em ocasiões formais, como casamentos e funerais. O uso que Kim fez da palavra para peças íntimas e seu pedido para registrar a marca aborreceram muitas pessoas.
"Kimono não é roupa íntima! Impeçam o registro da marca! Não se aposse da palavra kimono!", escreveu Ruu, um usuário do Twitter, após o anúncio do lançamento, ecoando uma reação comum.
Outras pessoas disseram que o uso da palavra foi um "roubo de cultura tradicional" e imploraram para Kim mudar o nome, dizendo que a roupa íntima venderá igualmente bem se for rebatizada.
Seko disse que está enviando executivos de patentes ao Escritório de Patentes e Marcas Registradas dos EUA em 9 de julho para "trocar opiniões sobre a questão adequadamente", acrescentando que acompanhará a situação atentamente.