O manifesto será levado também para as agremiações das Séries B, C e D, além do futebol feminino. (Paulo Whitaker/Reuters)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 1 de setembro de 2020 às 00h04.
Última atualização em 1 de setembro de 2020 às 12h34.
A Hypera Pharma, através de sua marca Neo Química, dará nome ao estádio do Corinthians. Em evento realizado na madrugada sexta-feira (1), aniversário de 110 anos do clube, o Corinthians anunciou o acordo com a empresa farmacêutica pelos naming rights do estádio que passa a se chamar Neo Química Arena.
Detalhes sobre o acordo, como valores e tempo de contrato, foram revelados no dia seguinte ao anúncio. A Hypera Pharma será dona dos naming rights da Arena pelo período de 20 anos e pagará 300 milhões de reais ao clube, em 20 parcelas anuais corrigidas pelo IGP-M. O dinheiro será destinado integralmente para sanar a dívida da construção do estádio com a Caixa Econômica Federal.
Antiga Hypermarcas, a companhia foi fundada em 2001 por João Alves de Queiroz Filho. A Hypera Pharma é atualmente uma das maiores empresas farmacêuticas do Brasil, dona de marcas como Biotônico Fountoura, Doralgina, Epocler, Marthiolate, Neosoro, Polaramine, entre outras. Listada na B3, tem valor de mercado superior a 20 bilhões de reais.
BEM-VINDA NEO QUÍMICA! Agora a arena mais bonita do mundo está oficialmente batizada. A química bateu forte 🖤😎#ArenaNeoQuimica # VaiCorinthians pic.twitter.com/DI1wPLcOoi
— Corinthians (@Corinthians) September 1, 2020
Vale destacar que a Hypermarcas já foi parceira do Corinthians em um acordo firmado ainda no começo de 2010. Na ocasião, a companhia estampou a própria marca Neo Química Genéricos no espaço máster da camisa corintiana durante as duas temporadas seguintes.
Horas antes do anúncio oficial, uma foto da Arena Corinthians acabou entregando que a Hypera seria a misteriosa parceira corintiana. Na imagem, a arquibancada do estádio aparece iluminada com o nome da Neo Química, que pertence à Hypera Pharma.
O acordo para o naming rights era um desejo antigo do Corinthians. A ideia era de que o nome da casa corintiana fosse comercializado ainda durante a fase de construção do estádio, iniciada em maio de 2011. Isso não aconteceu e a Arena foi inaugurada em 2014 para ser palco da abertura da Copa do Mundo do Brasil.
A parceria vai ajudar o Corinthians a pagar a dívida do estádio com seus credores, principalmente com a Caixa Econômica Federal. O clube paulista alega dever cerca de 487 milhões de reais para o banco, que argumenta que a dívida gira em torno de 536 milhões de reais. Há ainda uma discussão em relação a uma possível dívida a Odebrecht, construtora do estádio.
A notícia do fim da novela corintiana foi dada há algumas semanas pelo ex-jogador Neto, que atualmente apresenta um programa esportivo na emissora de televisão Rede Bandeirantes. Desde então, o nome de diversas empresas foi especulado nas redes. Alguns exemplos foram Magazine Luiza, Amazon e Emirates.
Este tipo de negócio ainda é raro no Brasil. Existem poucos exemplos no futebol. Em 2013, o Palmeiras fechou com a seguradora Allianz um acordo de 300 milhões de reais para que a empresa dê nome ao estádio palmeirense, chamado de Allianz Parque, durante 20 anos. Em 2017, o Atlético Mineiro anunciou que seu estádio se chamaria Arena MRV, em um acordo com a construtora no valor de 60 milhões de reais por 10 anos.
Durante a cerimônia, Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, afirmou que o acordo “vai mudar a estrutura do futebol” e que dará “outro boom de dinheiro novo aos clubes de futebol”.