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Do imperador romano ao CEO moderno: a ferramenta para o sucesso que atravessou 2 mil anos

Entenda por que a escrita é uma ferramenta estratégica comprovada pela ciência e descubra os passos mais importantes para colocar essa ferramenta em prática

Priorize a simplicidade: não se preocupe com perfeição; o importante é a autenticidade. (Klaus Vedfelt/Getty Images)

Priorize a simplicidade: não se preocupe com perfeição; o importante é a autenticidade. (Klaus Vedfelt/Getty Images)

Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 16h03.

Quando foi a última vez que você tomou uma decisão? Talvez você tenha pensado em alguma situação no trabalho ou em uma situação mais crucial da sua vida. Mas a verdade é que tomamos decisões o tempo todo, seja a aprovação de um investimento que não sai como esperado para a empresa ou algo tão simples como o que comer no café da manhã. E, não raro, nos arrependemos pouco tempo depois.

Por que isso acontece? Muitas vezes, empurrados pela rotina, deixamos de lado um fator fundamental para uma boa tomada de decisões: a reflexão. E isso vale, sim, para quem ocupa uma posição de liderança, mas tem impacto até mesmo na nossa rotina (talvez você lembre de um dia em que escolheu comer pizza, em vez de granola com frutas, no café da manhã, e passou o dia desconfortável). Decisões, grandes ou pequenas, deixam marcas.

Por isso, reservar tempo para refletir, e também para registrar as próprias reflexões, era uma prática comum para os pensadores. Do imperador Marco Aurélio a Winston Churchill, há uma vasta gama de intelectuais que se dedicaram a escrever seus pensamentos e ideias antes das tomadas de decisão.

Mas, antes de Gutenberg, escrever era privilégio de poucos, como os monges copistas, que preservavam conhecimentos e registravam a organização das comunidades em tempos difíceis. Hoje, em um mundo cheio de distrações, a escrita é uma ferramenta estratégica. Inclusive, comprovada pela ciência.

Um estudo da Universidade da Califórnia mostrou que escrever sobre emoções por 20 minutos ao dia ajuda a reduzir reações intensas, especialmente quando feito à mão. Resultados semelhantes foram encontrados em outra pesquisa, que demonstrou que manter um diário melhora o bem-estar em pessoas com sintomas leves a moderados de ansiedade, além de aumentar o engajamento.

Minha própria experiência de duas décadas como headhunter vai ao encontro disso. O que eu percebo é que executivos que mantêm registros de suas reflexões, seja por escrito ou áudio, demonstram uma capacidade maior de aprender com as experiências e ajustar estratégias com mais precisão. Inclusive, um artigo publicado na Harvard Business Review também destaca evidências nesse sentido.

Então, quer começar a tomar decisões mais assertivas e com menos arrependimentos? Chegou a hora de você adotar essa estratégia! Para isso, aqui estão alguns passos práticos para colocar isso em prática:

  • Estabeleça um horário fixo: dedique 15 minutos por dia, preferencialmente no fim do expediente, enquanto as experiências ainda estão frescas;
  • Adote os 3 Rs: registre (o que aconteceu), reflita (por que aconteceu) e reconsidere (como poderia ser diferente);
  • Faça perguntas-chave: não se limite a descrever os fatos. Pergunte a si mesmo: "Qual foi o maior desafio do dia?" ou "Que padrões estão emergindo?";
  • Equilibre razão e intuição: alterne entre análise objetiva e exploração intuitiva dos mesmos temas;
  • Releia suas anotações: faça uma revisão mensal para identificar insights que podem ter passado despercebidos;
  • Priorize a simplicidade: não se preocupe com perfeição; o importante é a autenticidade.

Está claro o valor de reservar momentos para refletir e aprender antes de tomar suas decisões. Afinal, a ideia não é apenas registrar fatos — de certa forma, isso seus e-mails e relatórios já fazem. O objetivo dessa prática é cultivar um espaço mental para organizar ideias e permitir surgimento de insights mais profundos e relevantes.

Por isso, que tal começar agora? Escolha um caderno ou um aplicativo — o formato é secundário: o que importa é o hábito. Como já disse Sócrates: “Uma vida não examinada não merece ser vivida.” Em tempos de mudanças constantes, quem consegue pausar e processar suas experiências está sempre um passo à frente.

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