Quer ter um negócio? Conheça a si mesmo (Thinkstock/maurusone/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2022 às 15h41.
Última atualização em 9 de setembro de 2022 às 15h49.
Investidores que estão buscando opções mais seguras invariavelmente chegam até os títulos do Tesouro Direto. Mas como escolher o melhor? Não existe o melhor investimento, mas o mais adequado para um objetivo específico e um perfil de investidor. Os títulos do Tesouro Selic e do Tesouro IPCA+, por exemplo, são muito parecidos: ambos contam com grande segurança, pois são emitidos pelo Tesouro Nacional, e possuem liquidez diária. Mas existem algumas diferenças fundamentais.
Quer mais que o vaivém da bolsa? As oportunidades em renda fixa, como no Tesouro, seguem valiosas.
O Tesouro Selic (antiga Letra Financeira do Tesouro, ou LFT) é um título com rendimento pós-fixado determinado pela taxa básica de juros da economia, a Selic.
A fórmula de cálculo é: a meta estabelecida para a Selic no período + um pequeno percentual de prêmio. Esse percentual costuma ficar abaixo de 0,5%, o que significa que as LFTs acompanham de perto o valor do juro básico.
Esses títulos possuem alta liquidez e pouca volatilidade, e por isso são bastante requisitados para a composição da reserva de emergência. Caso decida vender o título antes do resgate, dificilmente o investidor terá um retorno menor que o da própria taxa básica de juros.
O Tesouro negocia LFTs com vencimento em 2024 e 2027, atualmente.
Existem dois tipos de Tesouro IPCA em negociação no mercado: Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com juros semestrais.
Antiga Nota do Tesouro Nacional - Série B Principal, ou NTN-B Principal, esses são os títulos mais diversos e com maior volume de aplicações do Tesouro, correspondendo a aproximadamente 40% de todo o valor custodiado.
O rendimento do Tesouro IPCA+ é pós-fixado e seu valor é determinado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado mensalmente pelo IBGE, somado a um prêmio percentual.
Por estarem atrelados ao principal indicador inflacionário do país, esses títulos oferecem ao investidor a defesa contra o reajuste de preços de produtos e serviços. Isso significa que o patrimônio desse investidor estará protegido da própria desvalorização da moeda - isso, claro, se ele carregar o título até o vencimento.
Os títulos Tesouro IPCA+ negociados atualmente têm data de resgate em 2026, 2035 e 2045. Os que vencem em prazo maior possuem mais volatilidade e, por isso, não são indicados para os investidores conservadores ou para quem vislumbra um resgate em curtíssimo prazo.
Também chamados de antiga Nota do Tesouro Nacional - Série B, ou NTN-B. A fórmula de cálculo do rendimento das NTN-Bs é a mesma dos títulos IPCA+, o que muda é a forma de pagamento do rendimento.
O investidor que detêm títulos desse tipo receberá semestralmente o retorno proporcional acumulado, já com o desconto do Imposto de Renda.
Atualmente, os títulos do Tesouro IPCA+ com juros semestrais negociados no mercado têm vencimento em 2030, 2040 e 2055.
A principal diferença entre o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA+ está na rentabilidade. Enquanto o Tesouro Selic é um título de renda fixa pós-fixado, com rendimento atrelado à Selic (a taxa básica de juros da economia), o Tesouro IPCA+ tem o rendimento atrelado à variação da inflação mais uma taxa prefixada.
Outra diferença está no prazo. O único título do Tesouro negociado atualmente na plataforma oficial é o Tesouro Selic 2024 e 2027. São alternativas consideradas de médio prazo.
No caso do Tesouro IPCA+, existem seis títulos atualmente em negociação, dos quais cinco possuem vencimento a partir de 2030 até 2055 - o mais longo é o Tesouro IPCA+ 2055 com juros semestrais.
São investimentos de longo prazo para quem deseja carregá-lo por muitos anos, ainda que possam ser negociados antes do vencimento.
O Tesouro Selic (antiga Letra Financeira do Tesouro, a LFT) tem seu rendimento vinculado à taxa básica de juros da economia, a Selic. A sua rentabilidade acompanha de certa forma o momento da economia do país e não costuma sofrer grandes oscilações ao longo da aplicação.
Com todas essas características, é um investimento muito utilizado para formar a reserva de emergência.
Já o Tesouro IPCA+ (antiga NTN-B Principal, ou Nota do Tesouro Nacional - Série B Principal) possui uma taxa prefixada e outra que varia conforme o IPCA, o que o deixa mais suscetível a variações de preço.
No médio e no longo prazo, no entanto, o Tesouro IPCA+ pode ser uma opção de investimento para quem quiser proteger seu capital dos efeitos da inflação, uma vez que o seu rendimento, no vencimento, será sempre superior ao IPCA.
Para investir no Tesouro Direto é necessário ter uma conta em uma corretora de investimentos ou em um banco. O passo seguinte é fazer o cadastro para o acesso à plataforma do Tesouro Direto.
Com o cadastro feito, basta que o investidor escolha o título e o valor a ser investido. É possível fazer aplicações e acompanhar os investimentos na própria corretora ou banco, no site e no aplicativo oficial do Tesouro Direto.
No Tesouro Direto, o desconto de Imposto de Renda é regressivo e cobrado sobre o rendimento do título, seguindo a tabela de prazos abaixo:
Prazo | Alíquota |
Até 180 dias | 22,5% |
Entre 180 e 360 dias | 20% |
Entre 360 e 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
Em caso de retiradas antes de completar 30 dias, os rendimentos também sofreram a incidência do IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras. A tabela possui alíquotas regressivas de acordo com o prazo de permanência e começa com 96%. A partir do 30º dia do investimento, o resgate fica isento de cobrança de IOF.
Os títulos do Tesouro Direto estão sujeitos ao pagamento de:
Quem investe no Tesouro Direto precisa pagar uma taxa no valor de 0,25% ao ano sobre todo o valor aplicado, cobrada semestralmente, na ocorrência de resgate antecipado ou no pagamento de juros semestrais.
Essa taxa é referente aos serviços de guarda dos títulos e às informações e movimentações do saldo e será cobrada proporcional ao período em que o investidor carregar o título. Ela é cobrada até o saldo de 5 milhões de reais por conta de custódia. Investimentos de até 10.000 reais por investidor no Tesouro Selic estão isentos.
A taxa cobrada pela instituição financeira que faz a custódia dos títulos é livremente acordada com o investidor. Essa taxa pode ser anual ou por operação.
A maioria das corretoras e bancos não exige uma taxa de custódia dos investidores, cobrando apenas a tarifa que é determinada pela B3. É importante que o investidor busque instituições que não fazem essa cobrança, já que a operação dos títulos é a mesma em qualquer plataforma.
Característica | Tesouro Selic | Tesouro IPCA |
Indexador | Taxa básica de juros (Selic) | Inflação (IPCA) |
Vencimento | 2024 e 2027 | 2026, 2030, 2035, 2040, 2045 e 2055 |
Volatilidade | Baixa | Alta |
Indicado para | Reserva de emergência | Investimentos de médio e longo prazo |
O Tesouro Nacional oferece uma plataforma online para os investidores que querem entender melhor como funcionam as aplicações em títulos públicos. O Simulador do Tesouro Direto informa quais aplicações estão disponíveis atualmente no mercado, quais são as taxas, o retorno, o valor mínimo de aplicação e o preço unitário de cada título.
O rendimento dos títulos varia diariamente e acompanha uma série de indicadores (inflação, Selic e curva futura de juros). Embora sejam aplicações de renda fixa, a maioria dos títulos do Tesouro Direto possui volatilidade e pode, inclusive, ter rendimento negativo no mercado de revenda.
Embora os títulos tenham preço unitário que parte de 700 reais, é possível investir no Tesouro com aplicações a partir dos 40 reais. Isso porque a B3 permite a compra de frações de um título.
Confira o Simulador do Tesouro Direto no site do Tesouro Nacional.