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Ações de construtoras de baixa renda são as preferidas do Santander em 2023

Para os analistas do banco, há diversas razões para ter uma visão cautelosa sobre a média renda no novo ano

Direcional: ações da construtora, seguidas de perto pelas da Cury, são a preferência dos analistas no setor imobiliário (Direcional/divulgação/Divulgação)

Marília Almeida

Publicado em 5 de janeiro de 2023 às 18h27.

Última atualização em 6 de janeiro de 2023 às 13h19.

Ações de construtoras de baixa renda devem continuar a ser a preferência entre os papéis do setor imobiliário em 2023. É o que apontam os analistas do Santander, em relatório de perspectivas para o setor.

Para além da demanda estrutural por moradia no país, jogam a favor do segmento a melhora no acesso à compra de imóveis para famílias com menor poder de compra anunciadas em julho do ano passado. São medidas que ainda não estão totalmente em vigor, como o uso do FGTS futuro e o prazo mais longo de financiamento, que passou de 30 para 35 anos.

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A ação da Direcional (DIRR3) é a top pick dos analistas do banco para o setor. Para justificar a escolha, o relatório cita o crescimento no lucro e potencial expansão do ROE da empresa, ao lado de sua forte execução de projetos. No topo da preferência dos analistas, o papel da construtora é seguido de perto pelo da Cury (CURY3), para o qual vêem potencial de ganhos positivos em 2023.

O banco reitera sua visão de que a ação da MRV (MRVE3) deve registrar desempenho acima da média ao longo dos próximos 12 meses. A crença é de que a companhia é uma das que podem se beneficiar de mais aprimoramentos do programa de financiamento habitacional do governo. Além disso, preocupações do mercado em relação à sua operação nos Estados Unidos e uma maior alavancagem do negócio foram deixadas para trás, na visão do banco.

Por fim, os analistas mantêm uma visão neutra para as ações da Tenda (TEND3), e esperam ver melhora das margens da empresa nos próximos trimestres antes de modificar a recomendação.

Ventos contrários na média renda

Uma combinação de menor confiança das empresas e dos consumidores por conta de incertezas fiscais podem levar a níveis de lançamentos e pré-vendas mais baixos do que o esperado no segmento de imóveis de média renda, na visão dos analistas do banco.

Além disso, dois fatores também são fontes de preocupação: o aumento no número de projetos que não estão performando bem sendo entregues, que levam potencialmente a pressões de preço em algumas regiões.

De seis projetos analisados em São Paulo pelos especialistas, três estão sendo vendidos a preços similares aos do lançamento ou abaixo dele, caso do Open Marajoara, da Even. Já entre 15% a 28% estão sendo vendidos por preços mais baixos do que o reajustado pelo INCC desde a data de lançamento.

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Também preocupam os analistas aumentos adicionais nos custos dos financiamentos, já que os bancos se aproximam do nível de 80% dos recursos alocados na poupança, após dois anos fortes de oferta de financiamentos a taxas atrativas. Além de reajustes do INCC, compradores de imóveis irão se deparar com aumento de 9% para 10% por ano nas taxas. Entre 2020 e 2021, a taxa média estava em 7% ao ano.

No segmento, a ação da Cyrela (CYRE3) continua a ser a preferência do banco, que apontam como vantagens sua sólida execução de projetos, com grande exposição a empreendimentos com boa performance; resultados financeiros sólidos, com dividend yield atrativo; segmentação mais ampla e diversificação regional; e fortes ganhos associados à projetos lançados durante a pandemia. O preço-alvo do banco para as ações da contrutora é de R$ 21.

A visão para a Even (EVEN3) passou de positiva para neutra ante um potencial prejuízo que pode ser causado pela nível mais alto de estoque, maior exposição a projetos fracos e provável desaceleração de lançamentos. O preço-alvo para a ação, definido pelo banco, é R$ 5,40.

Manutenção

Os analistas do banco mantêm seus ratings para Eztec (EZTC3), JHSF (JHSF3), Tecnisa (TCSA3) e Moura Dubeux (MDNE3) baseados principalmente em preços descontados e, no caso da JHSF e Moura Dubeux, menores riscos associados aos mercados nos quais cada companhia opera. O preço-alvo para a Eztec é de R$ 21,50, JHSF R$ 8, Tecnisa R$ 3 e Moura Dubeux R$ 9.

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