Yduqs: papel é o segundo com maior queda, -52,74% (Yduqs/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 17 de abril de 2025 às 14h47.
Última atualização em 17 de abril de 2025 às 17h56.
O JP Morgan revisou sua tese no setor de educação. Entre as ações mais líquidas elevou Yduqs de neutro para compra e rebaixou Cogna para neutro, principalmente devido a uma maior visibilidade na geração de fluxo de caixa livre.
O upgrade veio acompanhado de um aumento do preço da ação, que praticamente dobrou a projeção de R$ 10,50 para R$ 20. A revisão deu gás aos papéis. A Yduqs (YDUQ3) fechou entre as maiores altas do Ibovespa nesta quinta-feira, 17, avançando 10,9%, para R$ 14,80.
O setor de educação está deixando o Ibovespa no chinelo. Para o Bofa, o rali deve continuarO banco também revisou sua tese de investimento para os papéis de menor liquidez, nos quais a preferência passou a ser a Ânima, que foi de neutro para compra. A Ser foi rebaixada para neutro e Afya se manteve em neutro.
O time, no entanto, está otimista com todo o setor de educação, prevendo um fluxo de caixa livre forte em 2025 para todas as empresas.
“Apesar das taxas de juros médias mais altas, o endividamento tem diminuído e esperamos que as despesas líquidas de juros mais altas sejam, em sua maioria, ou totalmente compensadas pelo crescimento do EBITDA, devido à maturação dos cursos médicos e ao crescimento de algumas receitas para além dos cursos de medicina”, escrevem os analistas.
Essa geração de caixa deve ajudar as empresas a reduzirem ainda mais o endividamento, segundo o time, já que os planos de fusões e aquisições parecem muito limitados para a maioria dos concorrentes.
Para os analistas do banco, embora as duas empresas tenha gerado caixa de forma significativa em 2024, a dona da Estácio tem maior visibilidade para 2025. Isso porque a base de comparação deve ajudar a Yduqs. Em 2025, o negócio deve ser menos impactado pelo programa DIS, que prevê o parcelamento de mensalidade.
Além disso, em 2024, a geração de caixa da Cogna foi impulsionado pela recuperação do Parcelamento Estudantil Privado (PEP) em 2024, o que não deve se repetir em 2025, acredita o time do JP Morgan.
“A Cogna também está mais exposta aos cursos de saúde à distância, onde vemos mais riscos regulatórios. Além disso, as ações da Cogna tiveram um desempenho forte no acumulado do ano, subindo 110%, contra 55% da Yduqs e 8% do Ibovespa.”
Para o time do banco, o fluxo de caixa livre da Ânima deve ser mais forte devido ao processo de desalavancagem e à maturação dos cursos médicos. “Além disso, a Ânima oferece o benefício adicional de uma exposição limitada ao ensino à distância”, escrevem os analistas.
Para a Ser (rebaixada de compra para neuttro), o banco continua vendo “um relevante potencial de valorização”, mas a empresa deve enfrentar uma conversão de caixa mais baixa devido ao aumento do programa de empréstimos Ser Solidário, resultando em um retorno mais baixo. A Ser, acrescentam, também é mais exposta aos cursos à distância do que a Ânima.
A Afya, por sua vez, foi mantida em neutro, porque a empresa vê o papel mais “razoavelmente avaliado” pelos investidores, dado o fluxo de caixa livre consistente ao longo dos anos e a entrega das metas.