Invest

Verde, de Stuhlberger, alerta para 2 efeitos principais de guerra russa

Casa que tem R$ 55 bilhões sob gestão aponta que 'equilíbrios estagflacionários são particularmente difíceis de navegar para os banqueiros centrais'

Luis Stuhlberger, sócio e gestor da Verde Asset (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Luis Stuhlberger, sócio e gestor da Verde Asset (Patricia Monteiro/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2022 às 15h34.

Última atualização em 13 de março de 2022 às 15h38.

Apesar de os preços de ativos no Brasil não terem até aqui sofrido significativo impacto do ataque militar da Rússia à Ucrânia, investidores devem ficar atentos a pelo menos duas variáveis cujos efeitos não devem se dissipar rapidamente. É o que aponta a Verde Asset, do experiente gestor Luis Stuhlberger, em sua carta aos clientes recém-divulgada.

"Os impactos sobre preços de commodities devem durar bastante tempo. Seja pelos impactos micro diretos na região, especialmente em relação a fertilizantes e produção de trigo; seja pelo impacto das sanções, com o petróleo russo virtualmente inegociável no mercado global, ou riscos para produção de metais como paládio ou níquel", aponta a carta.

"O risco geopolítico no preço de commodities voltou com força total. No longo prazo, a solução para preços altos são preços mais altos: teremos destruição de demanda e incentivo para novas tecnologias. Mas, no curto e médio prazo (alguns anos), o custo deve se manter alto, e com assimetrias altistas", afirmou a gestora no documento.

Tenha acesso agora a todos materiais gratuitos da EXAME para investimentos, educação e desenvolvimento pessoal

O preço do barril do tipo Brent, por exemplo, acumula alta de cerca de 40% neste ano, negociado na sexta-feira, dia 11, na casa de US$ 112. Mas chegou a superar o patamar de US$ 130 no começo da semana passada.

Fenômeno semelhante acontece com diferentes commodities metálicas, como o níquel e o alumínio, dadas as restrições à oferta global com as sanções à Rússia, um dos principais produtores de ambos.

O segundo ponto destacado pela gestora, uma das maiores do país, com R$ 55 bilhões em ativos sob gestão em 2021, se relaciona com uma variável macro que já representava um dos grandes desafios para o investidor: o intenso aumento dos preços.

"O equilíbrio macro global está mais desafiador. A inflação já vinha alta antes da invasão, e isso só piorou. Ao mesmo tempo, o crescimento tende a sofrer com o aperto de condições financeiras trazido pela guerra, especialmente na Europa."

"Equilíbrios 'estagflacionários' são particularmente difíceis de navegar para os banqueiros centrais. Vemos o Federal Reserve ainda mantendo a trajetória de aperto monetário, mas o ECB [Banco Central Europeu] tendo que se equilibrar numa situação mais difícil dados os impactos sobre o crescimento", destacam os autores da carta da Verde.

O fundo Verde, principal produto da casa, encerrou fevereiro com ganho de 1,32%, versus variação de 0,75% do CDI. No acumulado do primeiro bimestre, a valorização foi de 2,82% (versus 1,49% do CDI).

Acompanhe tudo sobre:CommoditiesFundo VerdeInflaçãoLuís StuhlbergerRússiaUcrânia

Mais de Invest

Ibovespa inicia a semana em queda com foco no pacote fiscal e boletim Focus

BNDES aprova mais R$ 200 milhões para empresa da Embraer fabricar 'carro voador' no Brasil

Pix bate novo recorde de transações e movimenta R$ 130 bilhões em um único dia

Primeira prévia da carteira do Ibovespa traz novos nomes ao índice; saiba quais