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Legacy perde com juros em mês ‘atípico’ e ajusta portfólio

A Legacy, que tem cerca de R$ 27 bilhões em ativos sob gestão, havia montado uma posição combinando a compra de dólar com uma aposta na queda das taxas de juro

Gestora: o principal fundo da Legacy recuou 2,24% no mês passado após taxas, penalizado principalmente pelo livro de valor relativo (Gary Cameron/Reuters)
Bloomberg

Agência de notícias

Publicado em 6 de novembro de 2023 às 14h55.

Última atualização em 6 de novembro de 2023 às 15h50.

A Legacy Capital fez ajustes em seu portfólio após registrar perdas com posições no mercado de juros em outubro, mês considerado “atípico” pela gestora de recursos, que destacou “comportamentos pouco usuais” nos preços dos ativos brasileiros.

A Legacy, que tem cerca de R$ 27 bilhões em ativos sob gestão, havia montado uma posição combinando a compra de dólar com uma aposta na queda das taxas de juro futuros.

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Um cenário de “alguma deterioração” no ambiente fiscal brasileiro, aumento de prêmio de risco global e queda na inflação projetada por analistas e na inflação implícita dos títulos públicos localmente deveria levar a um real mais fraco e à queda dos juros futuros curtos, eventos que não se verificaram, disse a Legacy,em carta a cotistas.

No mês passado, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2025 subiram 25 pontos-base, enquanto a moeda brasileira permaneceu praticamente estável.

“Realizamos ajustes em nossos portfólios para enfrentar as presentes adversidades”, disse o fundo sem especificar as mudanças. “Apesar das surpresas do mês passado, mantemos a convicção de que, a longo prazo, as correlações observadas deverão retornar ao padrão histórico.”

A Legacy possui posições aplicadas em juros nominais e reais no Brasil “considerando o preço atrativo e a qualidade da inflação”. Também manteve a posição liquidamente comprada em bolsa local, tendo em vista o preço favorável.

De acordo com a gestora, a discussão a respeito da flexibilização da meta fiscal para 2024 foi antecipada, mas deve provocar “pouca deterioração das expectativas de déficit, uma vez que os agentes já não projetavam execução fiscal em linha com a meta”. Ainda segundo a carta, “acreditamos que a taxa terminal poderá chegar a um patamar próximo a 9,0%, neste ciclo”.

O principal fundo da Legacy recuou 2,24% no mês passado após taxas, penalizado principalmente pelo livro de valor relativo. O fundo subiu 28% nos últimos 24 meses até 1º de novembro.

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