Dois anos após ser privatizada, a Eletrobras (ELET3) deve se consolidar como uma grande pagadora de dividendos, segundo análise do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME). Para o banco, essa tendência é inevitável, considerando o estágio de maturidade da companhia e o fluxo de caixa projetado.

Segundo o banco, os setores de Geração e Transmissão consomem caixa antes que os ativos se tornem operacionais. Com a maturidade desses negócios, a geração de caixa se torna expressiva e recorrente.

“É inevitável que a Eletrobras se torne uma grande pagadora de dividendos. Com sua escala, acesso aos mercados de capitais e maturidade dos ativos, é muito difícil acreditar que a empresa encontrará várias oportunidades grandes (atraentes) de alocação de capital e evitará o pagamento de dividendos elevados”, destaca o BTG.

Expectativa para 2025

A expectativa é que a Eletrobras gere cerca de R$ 7 bilhões em caixa em 2025. O banco acredita que, com a tendência de queda da alavancagem, um dividendo entre R$ 6 e 8 bilhões se encaixaria no balanço patrimonial da empresa, sem comprometer os compromissos de capex ou sua estrutura de capital.

“Se a empresa optar por seguir esse caminho, acreditamos que entrará em uma nova fase, muito melhor”, completou o BTG.

Era dos dividendos

O BTG Pactual aponta que a dúvida agora é quando a “era dos dividendos” terá início. Segundo o banco, as condições já estão dadas.

“Acreditamos que os motivos para que essa era comece agora já existem. Encontrar oportunidades de crescimento é sempre uma possibilidade para empresas bem administradas como a Eletrobras”, afirma a análise.

Oportunidades e disciplina financeira

O relatório ressalta que grandes oportunidades de investimento, em escala relevante, não são frequentes. “Se a empresa encontrar algo grande no futuro, ela poderá reter o fluxo de caixa futuro. Mas com o plano de capex de 2024-2025 em mente, não há razão para não anunciar dividendos sólidos. Os dividendos são um ótimo sinal de disciplina financeira e têm a capacidade de atrair mais acionistas para a base da empresa”, conclui o BTG Pactual.