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Esta corretora de câmbio quer ser a Transferwise brasileira

Frente corretora lança a plataforma Simple, que faz remessas ao exterior via blockchain em minutos e sem taxa fixa

Carlos Brown, Ricardo Baraçal e Daniela Marchiori. (Frente Corretora/Divulgação)

Carlos Brown, Ricardo Baraçal e Daniela Marchiori. (Frente Corretora/Divulgação)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 21 de maio de 2019 às 05h00.

Última atualização em 21 de maio de 2019 às 05h00.

São Paulo — Fazer uma remessa de dinheiro ao exterior já foi um problema no passado. A operação poderia levar dias até ser concluída e os custos eram altos. Isso mudou com a chegada das fintechsstartups de tecnologia voltadas ao setor financeiro. Uma corretora brasileira quer surfar essa onda e se tornar uma Transferwise brasileira.

A Frente Corretora de Câmbio, dos ex-XP Investimentos Carlos Brown e Ricardo Baraçal, vai lançar nesta quarta-feira (22) a Simple, plataforma para venda de câmbio turismo e de remessas internacionais desenvolvida em parceria com a Ripple.

A ideia é que correspondentes cambiais atrelados à Frente se tornem fintechs de câmbio, com acesso a um site personalizado com sua própria marca e que disponibiliza os dois serviços. A Simple vai permitir que os brasileiros façam pequenas remessas de dólares para outros países a partir de junho.

Através de blockchain, os envios, que poderão ser de até 3 mil dólares, serão creditados na conta de destino em segundos. Para realizar as operações, os usuários terão que fazer um cadastro simples online, com validação rápida através da digital ou selfie.

Segundo Baraçal, um dos sócios da Frente, a experiência do consumidor faz toda diferença. “A missão da Frente é descomplicar e democratizar o acesso ao mercado de câmbio. Não é à toa que escolhemos o nome Simple para esta nova plataforma.”

Hoje, as instituições financeiras cobram taxas fixas para pequenas remessas que chegam até 400 reais. “O usuário da Simple é o cidadão comum, que tem um filho morando fora do País, por exemplo. Esse público não faz grandes remessas, é um dinheiro para a família, e esse percentual cobrado pelas instituições acaba engolindo uma parte muito grande do valor”, diz Carlos Brown, outro sócio da fintech.

Na Simple, não há taxa para fazer uma remessa, mas a plataforma pretende ganhar no spread — diferença entre o preço de aquisição do dinheiro e o preço de venda ao consumidor. Os sócios não revelam o tamanho do spread, mas garantem que será um dos menores do mercado. "Queremos ganhar com uma alta quantidade de operações e não com um spread muito alto, como as instituições financeiras tradicionais", completa Brown.

O desenvolvimento da Simple levou pouco mais de seis meses. Além do investimento em tecnologia, a Frente precisou se estabelecer nos Estados Unidos como instituição financeira. Após abrir um escritório de representação em Miami, a corretora está inaugurando mais dois escritórios em território americano: um em Nova York e outro em Boston.

Fundada em 2017 por Brown, Baraçal e Daniela Marchiori, a Frente Corretora tem um modelo de negócios baseado na venda de câmbio via correspondentes. Hoje, 150 correspondentes cambiais (dos quais 80% são agentes autônomos) estão plugados na corretora.

A Frente já é a 15ª maior corretora de câmbio do país, de acordo com dados do Banco Central. O objetivo é chegar à quinta colocação até o fim deste ano.

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