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Black Friday: veja 6 golpes mais comuns e como se proteger na hora das compras

Data conhecida pelo grande volume de ofertas e descontos acontece nesta sexta-feira, 24

Black Friday 2023: compras online exigem cuidados para não cair em golpes (Emilija Manevska/Getty Images)

Black Friday 2023: compras online exigem cuidados para não cair em golpes (Emilija Manevska/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 24 de novembro de 2023 às 07h22.

Última atualização em 24 de novembro de 2023 às 10h55.

A Black Friday 2023 começou e, com ela, surgem também os golpes. Neste período, os consumidores são bombardeados de ofertas e anúncios por todos os lados e os golpistas se aproveitam da euforia das compras com descontos para realizar emboscadas. Contudo, há maneiras de evitar os prejuízos e se proteger dos crimes.

“Nesta época do ano, são comuns abordagens de criminosos com páginas falsas que simulam e-commerce; promoções inexistentes enviadas por e-mails, SMS, mensagens de WhatsApp, e a criação de perfis falsos de lojas em redes sociais”, alerta em nota a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Apesar do dia oficial da Black Friday ser na sexta-feira, 24, desde o início do mês de novembro as principais lojas de varejo divulgam ofertas. Para aproveitar com segurança, a EXAME Invest consultou especialistas em proteção de dados, além da própria Febraban e a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP). Confira abaixo os principais tipos de golpe e como proceder caso enfrente problemas durante as compras.

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    Principais tipos de golpes da Black Friday e como se proteger

    Golpe do link falso

    Você espera o ano inteiro para comprar um produto, quando a Black Friday vem, aparece uma oferta milagrosa. A desconfiança até existe, mas ao clicar no anúncio, é possível observar a mesma identidade visual de grandes varejistas. Mas somente isso é um indicativo de que a oferta é verdadeira? Pelo contrário: pode ser um golpe!

    Esse mecanismo é conhecido como “pharming” ou “golpe do link falso”. Segundo Gaspar Lins, CTO do Banco Digio, é uma técnica em que os golpistas clonam os sites conhecidos, induzindo o usuário ao erro, já que o site possui o logotipo da loja, além das mesmas cores e, muitas vezes, uma estrutura organizada com abas, outros tipos de produtos e informações.

    Mas há uma dica muito simples para fugir dessas armadilhas: olhe a URL, ou seja, o endereço do site. A primeira parte do link sempre será o domínio da loja. Como um outro comércio não pode usar o mesmo domínio, tudo o que vier antes dele já mostra que é um site falso. Por exemplo: http://www.comercio.buscape.com (falso);: http://www.buscape.com.br (verdadeiro). “Recomendamos também que o cliente faça sua pesquisa de preços, e quando escolher a loja, digite diretamente o endereço do site na barra do navegador”, afirma Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.

    Para se certificar mais ainda, o Procon-SP disponibiliza uma lista de sites que devem ser evitados, pois já tiveram reclamações registradas, foram notificados e não responderam ou não foram encontrados. Confira: Evite Esses Sites.

    Golpe por SMS, e-mails e mensagens no WhatsApp

    Outro golpe bastante comum, que se assemelha ao “pharming” é chamado de “phishing”. A diferença entre os dois é a forma de abordagem. No primeiro, o usuário clica em anúncios falsos que aparecem na internet. Já o segundo, ocorre por meio de um contato direto por SMS, e-mails ou mensagens no WhatsApp. Neste caso, um falso vendedor oferece uma promoção de um produto ou serviço, por um preço atraente, e solicita informações ou pede para o usuário clicar em um link falso que, novamente, pode parecer de uma loja verdadeira.

    “Ao acessar esses links, o consumidor tem suas informações roubadas ou acaba com um malware (vírus) instalado em seu dispositivo. Por isso, é preciso estar atento ao endereço de e-mail das promoções que recebemos - se parecer ‘estranho’ e não tiver um domínio oficial após o ‘@’, desconfie”, explica Gilmar Magi, diretor de fraude e risco da fintech Pomelo. Somado a isso, analise erros ortográficos nas mensagens e anúncios que são enviados.

    Golpe das redes sociais falsas

    Mais uma situação criminosa é a criação de perfis falsos de lojas nas redes sociais. De acordo com a Febraban, muitas vezes esses perfis têm ofertas muito vantajosas e com depoimentos positivos de compradores recomendando a venda. “Golpistas criam perfis falsos que investem em mídia para aparecer em páginas e stories de redes sociais, inclusive com depoimentos falsos de compradores. Também usam sites de vendedores de depoimentos e bancos de fotos e vídeos internacionais para dar crédito ao produto e enganar o consumidor”, adverte o diretor.

    Para escapar do problema, o usuário deve se atentar aos seguintes indícios: normalmente, são perfis recém-criados, com comentários dos produtos 100% positivos ou sem comentários e preços muito abaixo do valor real.

    “Desconfie da oferta que estiver com preço muito abaixo do que normalmente se encontra e procure referências sobre a loja ou o vendedor que está anunciando a oferta”, afirma Thiago Campos. Sales Engineer da Asper, empresa de cibersegurança. O Procon-SP também acrescenta que o ideal é dar preferência a fornecedores que informam canais de atendimento, CNPJ e endereço físico.

    Golpe da maquininha

    Além dos golpes digitais, há ainda os que ocorrem em vendas presenciais. Neste caso, o consumidor pode até levar o produto para casa, mas o problema será na hora de olhar a fatura do cartão. Isso porque o valor cobrado pode ter sido muito mais alto do que o ofertado.

    Conhecido como “golpe da maquininha”, o criminoso usa artifícios para conseguir passar um valor acima. Por exemplo, coloca o valor verdadeiro, mostra para o cliente, mas cancela propositalmente - e discretamente - a compra, informando que “deu erro no sistema”. Como o consumidor já conferiu uma primeira vez, ele é induzido a não checar novamente. Nesta hora, o golpista digita o novo valor.

    De acordo com o Procon-SP também há casos em que o visor da máquina de cartão está trincado ou embaçado, dificultando a checagem dos números. Nesta situação, o órgão orienta os consumidores a não concluírem a compra.

    Golpe da troca de cartões

    A empolgação com a compra, a distração do movimento na loja e muitos outros fatores podem levar a desatenção na hora do pagamento. Esse fato pode abrir brechas para mais um golpe: a troca de cartões. Aqui, o criminoso, ao ter acesso ao cartão para cobrar a compra, esconde sutilmente o objeto da vítima e devolve um semelhante no lugar.

    “Os golpistas, disfarçados de vendedores, podem oferecer ajuda em caixas eletrônicos para trocar o cartão da vítima por outro após observar a senha. Para prevenir, confira sempre o nome no cartão devolvido e, se possível, passe o cartão na máquina você mesmo”, destaca Daniel Marques, presidente da AB2L (Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs).

    Golpe do PIX e fraude boletos

    O método de pagamento também pode ser um golpe. Sim, isso mesmo. Segundo Lins, do Banco Digio, os criminosos alteram o código de barras de boletos bancários e conseguem desviar o pagamento para contas dos fraudadores. Para se proteger, o Procon-SP comenta: “Observe atentamente os dados da empresa em boletos, a titularidade de contas para depósito e outras informações, isso ajuda o consumidor a identificar possíveis fraudes.”

    Além disso, quando o pagamento for feito via PIX também é importante confirmar os dados para quem será feito o depósito. “O PIX é instantâneo, ou seja, uma vez que a transação é feita, o dinheiro sai da conta do consumidor e vai direto para o vendedor. Então, caso seja uma transação fraudulenta, no momento em que ela é efetuada o cliente já ‘perdeu’ esse dinheiro. Portanto, é importante ter muita certeza quanto ao site que você está acessando, os dados do pagamento (se é uma chave-PIX fixa, qual o CNPJ e o nome do recebedor), pois uma vez que o dinheiro sai da conta, é mais difícil ser ressarcido”, diz Magi.

    Neste cenário, o diretor de fraude e risco da Pomelo também salienta que o cartão de crédito é o melhor meio de pagamento. Isso porque os principais emissores de cartão possuem tecnologia para identificar compras suspeitas. “Hoje, com os avanços das plataformas hospedadas em nuvem e baseadas em microsserviços, o emissor consegue avisar o consumidor, por meio de notificação no celular, quando detecta uma possível compra fraudulenta. Funciona como um ‘double-check’ para aprovar a compra ou não. Esta é uma camada de segurança exclusiva do cartão.”

    Mas mais seguro do que o cartão de crédito comum, é o cartão de crédito virtual. O consumidor pode entrar no aplicativo no seu respectivo banco, clicar no menu, procurar a aba de cartões e encontrar a opção “cartão virtual”. Ele sempre terá o mesmo número e prazo de validade, mas o código de segurança varia a toda hora, o que impede que os criminosos usem, já que precisam saber o código (que irá ser alterado). “A camada do cartão virtual dá mais confiança, porque ao final daquela transação o cartão não poderá ser usado mais.”

    De olho nos preços

    Os anúncios tentadores com preços bem abaixo do valor real, são armadilhas que muitos golpistas usam para as mais diferentes finalidades, como conseguir o dinheiro do consumidor e nunca entregar o produto (afinal, ele sequer existia). Por conta disso, a dica mais certa de todos especialistas e instituições é fugir de promoções muito escandalosas.

    “O produto tem um preço médio no comércio de R$ 1 mil, mas alguém está anunciando o mesmo item por R$ 300? Há fotos e vídeos de antes e depois de produtos com resultados mirabolantes? A loja oferece poucas opções de pagamento? O e-commerce é recém-criado em rede social? Pare, pense e desconfie. Pode ser golpe”, alerta
    Volpini da Febraban.

    Acompanhe tudo sobre:Black FridayFraudesLGPD – Lei Geral de Proteção de Dados

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